08 de julho de 2025. Estação, interior do Rio Grande do Sul. Uma cidade pacata, uma escola municipal, uma manhã comum. Tudo isso foi atravessado por um ato brutal. Um adolescente invade a Escola Maria Nascimento Giacomazzi e transforma o que deveria ser um espaço de aprendizagem, alegria e proteção, em palco de dor, desespero e luto. Um menino de apenas 9 anos, Vitor André Kungel Gambirazi, perde a vida. Outras crianças e uma professora saem feridas. Uma cidade inteira fica em choque. O país, de luto.
E mais uma vez, nos perguntamos: o que estamos fazendo com os nossos jovens? O que está adoecendo mentes ainda tão novas, a ponto de transformá-las em instrumentos de tragédia?
A violência que irrompe dentro de uma escola não nasce ali. Ela é cultivada silenciosamente em casas frágeis, em telas sem limites, em palavras que machucam, em ausências que gritam, em dores não ouvidas. O que falhou primeiro: a escuta, o cuidado, o apoio, ou o olhar atento?
A escola, que deveria ser abrigo e esperança, tornou-se alvo de medo. Nossos filhos, ao invés de levarem apenas cadernos nas mochilas, carregam a sombra da insegurança e o peso de crescer em um mundo que não sabe mais proteger sua infância.
Precisamos falar sobre saúde mental com urgência. Sobre limites, empatia, família, redes de proteção. Não podemos seguir normalizando o absurdo. Não podemos transformar tragédias em estatísticas.
Que o nome de Vitor não se apague na dor, mas acenda em nós a consciência de que alguma coisa precisa mudar.
E que cada gesto, cada política, cada escolha a partir de agora — nas escolas, nas casas, nas ruas — tenha como base uma única e urgente pergunta: estamos cuidando, de verdade, dos nossos?
Porque uma escola violada é um espelho de uma sociedade em colapso emocional.
Chega de perder crianças para a violência. Chega de tratar a dor como se fosse rotina.
Estação parou hoje. E todos nós deveríamos parar junto, não só para lamentar… mas para repensar.