A queda do avião da Air India

A queda do avião da Air India
ALEP - PARANÁ COM TUDO E COM TODOS (copy at 2025-06-02 15:42:55)
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erinéia

Para alguns, apenas mais uma notícia de última hora.
Para mim, um soco silencioso no peito.
Um lembrete brutal de que a vida é, de fato, frágil como vidro fino — bela, intensa, mas prestes a se partir a qualquer segundo.
Quatro vidas. Quatro histórias reais.
Quatro ecos que ainda ressoam na minha alma.
Quatro lições que rasgaram o meu modo de ver o tempo, o propósito e o milagre que é simplesmente… estar aqui.

A queda do avião da Air India
  1. O sonho que nunca aterrissou.
    Uma família que lutou durante anos para realizar um sonho: recomeçar a vida no Reino Unido.
    Adiaram, esperaram, engavetaram planos por causa de boletos, doenças, filhos, desculpas.
    E, finalmente, embarcaram.
    Mas nunca chegaram.
    E então caiu a ficha:
    Quantas vezes deixamos nossos sonhos para “depois”?
    Mas e se o “depois” não vier?
    E se o avião da vida partir antes?
    Ficamos esperando o momento certo…
    E o tempo, impiedoso, leva tudo embora.
  2. O atraso que salvou uma vida.
    Uma mulher que deveria estar naquele voo.
    Chegou correndo, desesperada, atrasada.
    Chorou, implorou para embarcar.
    Foi barrada.
    Humilhada, ferida, frustrada.
    E mal sabia ela: Deus estava dizendo “não” para que a vida dela dissesse “sim” ao futuro.
    Nem toda frustração é tragédia. Às vezes, é proteção disfarçada.
    Há bênçãos que chegam na forma de portas fechadas.
    Atrasos que são livramentos.
    E choros que salvam.
  3. O sobrevivente do impossível.
    Um homem. Um milagre.
    Estava sentado justo onde o avião se partiu… e a morte não o tocou.
    Saiu andando entre os destroços, atordoado, respirando.
    Não era sorte. Era destino.
    Era o relógio da vida dizendo: “Ainda não acabou.”
    E me lembrei do versículo:
    “Há um tempo para tudo, e um momento certo para cada propósito debaixo dos céus.”
    Talvez o seu propósito estivesse apenas começando.
    Talvez o seu testemunho tenha nascido da tragédia.
    Talvez ele tenha sobrevivido… para nos lembrar que cada segundo importa.
  4. Os que não voltaram.
    Pessoas com planos para amanhã.
    Com janta marcada.
    Com filhos esperando em casa.
    Com mensagens não respondidas.
    Com abraços pela metade.
    Se despediram de alguém naquela manhã, com um beijo apressado, um “tchau” rotineiro…
    Sem saber que era a última vez.
    E suas histórias inacabadas gritam dentro de nós:
    Pare de viver como se o tempo fosse infinito.
    Porque não é.
    Não nos é prometida a velhice.
    Não nos é garantida a próxima chance.
    Temos apenas este instante.
    Este fôlego. Esta escolha.

Júnior Chisté, psicólogo, escritor e palestrante. Atende através de vídeo-chamadas, (49) 9 9987 9071.

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