A Geração Z, pela primeira vez na história, apresenta uma média de QI inferior à da geração anterior — uma tendência preocupante que reflete o impacto das mudanças tecnológicas e culturais na formação cognitiva e emocional dos jovens. Em um mundo dominado pela tecnologia, a facilidade e a rapidez da informação têm substituído práticas que antes eram fundamentais para o desenvolvimento intelectual, como a leitura, a escrita e o exercício do pensamento focado e profundo. Sem essas práticas, a capacidade de raciocínio, análise crítica e resiliência tende a enfraquecer, deixando os jovens mais vulneráveis aos desafios da vida cotidiana e profissional.
Muitos pais, educadores e responsáveis ainda não perceberam o quanto o ambiente digital, com suas distrações constantes, impacta a habilidade dos jovens de se concentrar e de desenvolver a paciência necessária para resolver problemas complexos. Com o predomínio das redes sociais e das mensagens instantâneas, os jovens estão menos expostos a processos de pensamento que exigem introspecção e disciplina. O hábito de escrever à mão, de ler livros físicos e de refletir sobre ideias de forma profunda são práticas que, segundo a neurociência, reforçam as conexões cerebrais e promovem um desenvolvimento cognitivo mais robusto.
Ao perdermos essas práticas, estamos também perdendo a capacidade de lidar com frustrações e de exercitar o pensamento crítico. Muitos jovens da Geração Z, ao se depararem com um “não” ou com um obstáculo, têm dificuldade em responder de maneira resiliente e construtiva. Eles tendem a buscar soluções rápidas, mas nem sempre eficazes, e podem se frustrar com mais facilidade, já que estão habituados a uma resposta imediata e sem complexidade.
Para reverter essa tendência, é urgente que se retomem práticas que estimulem o uso pleno da cognição, como o incentivo à leitura crítica, à reflexão profunda e ao desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais. Precisamos ajudar a Geração Z a entender que o desenvolvimento da mente e da resiliência requerem esforço e tempo. Afinal, é nesse exercício contínuo que o verdadeiro aprendizado acontece, e é assim que se constrói uma geração capaz de enfrentar os desafios da vida moderna de maneira saudável e equilibrada.
Júnior Chisté, psicólogo, escritor e palestrante. Atende através de vídeo-chamadas, (49) 9 9987 9071.
