Vídeo: Mulheres de fibra e coragem que contam suas histórias de vida

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Mulher Batalhadora

Maria Trindade Batista, 90 anos, moradora do bairro Fortunato, relatou que teve quatro irmãos, nove filhos, três com o primeiro marido e seis com o segundo, 45 netos, 63 bisnetos e mais 8 tataranetos, passou por diversas complicações de saúde, entre elas um câncer.

Dona Maria é bisneta de Adelaide Maria Trindade e Castorina Maria da Conceição, denominadas nomes de comunidades quilombolas de Palmas.

Iniciou a entrevista explicando que sua história de vida foi sofrida, mas, segundo ela, também teve coisas boas. “Me criei com minha avó que morreu com 104 anos. Aos 07, fui pajem das criança da Dona Ermelinda Ribas. Meus pais trabalhavam nas fazendas.  Me casei aos 14 anos, o primeiro marido morreu, daí casei, novamente”, observou e mencionou que sua maior dificuldade era sair para trabalhar, “lavava roupa longe e tinha que deixar as crianças sozinhas. Às vezes voltava às 7h ou 8h da noite. Meu dia a dia era só trabalhar e ficar em casa. Criei meus filhos, são todos de bem, isso é uma maravilha”, disse ela e contou que o momento emocionante foi seu casamento que teve três dias de festa, “mas, depois foi só sofrimento”, disse sorrindo.

Comentou que agora sua vida é boa, “aguentei tudo, às vezes viajo, vou na casa dos filhos e das netas”.

Dona Maria ressalta que lembra com carinho de suas ancestrais, “eram mulheres fortes”.

Mulher Quilombola

A Matriarca da Família Ferreira da Silva, Dona Arlete, 80 anos, esclareceu que sempre morou no bairro São Sebastião do Rocio, hoje denominada comunidade quilombola, Adelaide Maria Trindade. Mãe de sete filhos, avó de 17 netos, 19 bisnetos e duas tataranetas.

“Minha história como mulher foi batalhando, temos que abrir espaço na sociedade. Me criei com minha avó, estudei no colégio Puríssimo Coração de Maria, hoje Bom Jesus. Estudava lá porque ela trabalhava neste local, lavava roupas para as irmãs. Me casei aos 16 anos, parei de estudar, tive os filhos e mais tarde voltei a estudar, conclui o magistério e comecei a dar aulas no Mobral (Alfabetização de Adultos), naquele tempo, não tinha luz na comunidade as aulas a noite eram a base de vela e lampião. Também fiz uma faculdade de Filosofia e uma pós-graduação. Passei no Concurso Público do município para dar aulas. Mas já lavei roupas e as engomava para as pessoas da cidade. Mostrei que era mulher e podia fazer as coisas e participar ativamente da sociedade, incluindo da formação dos conselhos em nível municipal e estadual. Ao todo, tenho 200 certificados de concursos que participei”.

Revelou que anteriormente era tudo difícil, “a própria sociedade muda constantemente, mas, lutando conseguimos vencer”.

Explicou ainda que já escreveu alguns livros retratando todas essas mudanças que ocorreram. “Até as festas dos padroeiros agora são diferentes”.

Deixou o seguinte recado ás mulheres: “somos delegadas, mães, conselheiras, somos tudo, porém, nunca devemos esquecer de se amar e acompanhar as mudanças”.

Mulher Empreendedora

Na atualidade, o número de mulheres empreendedoras aumentou substancialmente. Elas vão em busca de seus objetivos, sonhos e também para dar uma qualidade de vida melhor para sua família.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, (08) de março e para destacar o empreendedorismo palmense, a reportagem entrevistou a proprietária da Delícias da Drika Marmitaria, Adriana Bertoldo Richard, que vem ampliando seu comércio.

Ela, prontamente respondeu aos questionamentos, fazendo uma retrospectiva da sua vida.

“Me criei no interior, vim da roça, de uma família pobre e humilde. Éramos em oito irmãos. Conheci a cidade depois que casei, em 1999. Depois retomei os estudos, conclui a faculdade de Pedagogia, era o que tinha no momento e tive que agarrar essa oportunidade. Trabalhei como professora por 09 anos. Ganhei minha primeira filha, Heloísa (foto), voltei da licença maternidade, mas, o coração de mãe falou mais alto e decidi parar de trabalhar. Ficava em casa e tinha que ocupar o tempo, comecei a fazer artesanato, literalmente, me virava nos 30, mas, sentia que existia um vazio. Iniciei fazer massas e vendia muito. Um dia uma amiga me pediu para fazer marmitas fitness, fiz, gostei, preencheu aquele vazio e iniciei fazendo as outras marmitas. Hoje, sou realizada. Apesar das dificuldades, a marmitaria me preenche”, afirmou Adriana e reiterou que ser empreendedora atualmente é muito difícil, “as vezes tem que fazer malabarismo, é tudo muito caro. Além de empreendedora, sou mãe, esposa e preciso tirar um tempo para esse lado, porém, quando você faz algo que gosta dá-se um jeito”.

Comentou ainda que o dia a dia é muito corrido, “a rotina é puxada tudo tem que ser para ontem, mas, me considero mil e uma utilidades e minha equipe é maravilhosa”.

Sonho

Adriana, incentivou para que as mulheres não tenham medo, “corram atrás do seu sonho, caso não dê certo, tente novamente. O importante é você se sentir bem”.

Depoimentos:

“Um grande abraço e desejo muitas felicidades ás mulheres. A Polícia Militar apoia é parceira delas. Parabéns pelo mês de março que simboliza as mulheres que tanto contribuem e fazem pela nossa sociedade”, disse o Cap Bueno, Comandante da 12ª Cia Indep da Polícia Miliar.

“No Dia Internacional da Mulher, lembrando que a mesma pode fazer parte do Exército Brasileiro. Várias mulheres integram nossa companhia, são capazes de absolutamente tudo, vestem a farda, são sargentos, oficiais. Agradecemos o apoio da sociedade e o Exército é aberto para homens e mulheres”, ressaltou o Comandante da 15ª Cia E Cmb Mec, Cap Kapiski. 

“Em nome do Rotary Club de Palmas, deixo um recado para todas a mulheres palmenses. As mulheres, tem um papel fundamental na sociedade. Além de levar afeto, amor e carinho, tem um olhar mais humanizado em relação a todas as questões. Atualmente, grande parte das mulheres são voluntárias no mundo, cedem seu espaço e seu tempo em prol de quem mais precisa”, pontuou a Presidente do Rotary Club de Palmas, Marlene Fumagali Scirea. 

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