Os valores dos medicamentos Wegovy e Ozempic, que contêm semaglutida e são amplamente utilizados no tratamento de obesidade e diabetes tipo 2, foram reduzidos em até 19,6% nesta segunda-feira (2). A fabricante Novo Nordisk informou que a medida tem como objetivo ampliar o acesso aos produtos e combater o uso de medicamentos falsificados. Os preços variam conforme a dosagem e o canal de venda, seja ele online ou físico.
A redução dos preços foi anunciada em meio ao aumento da procura por esses medicamentos e à intensificação de crimes relacionados, como o roubo em farmácias e o tráfico internacional de “canetas emagrecedoras”. Um cenário competitivo também se desenha com a chegada de um concorrente direto: o Mounjaro (tirzepatida), fabricado pela Eli Lilly. Desde maio, ele está disponível no Brasil para tratamento de diabetes tipo 2, enquanto aguarda autorização para indicação no combate à obesidade, associado a uma dieta saudável e exercícios físicos.
Confira os novos valores para os dois medicamentos:
Tratamento | Dosagem | Preço antigo | Novo preço e-commerce | Novo preço loja física | Redução e-commerce | Redução loja física
Wegovy e Ozempic | 0,25 mg* | R$ 1.026 | R$ 825 | R$ 925 | 19,6% | 9,8%
Wegovy e Ozempic | 0,5 mg | R$ 1.063 | R$ 963 | R$ 1.063 | 9,4% | 0,0%
Wegovy e Ozempic | 1 mg | R$ 1.110 | R$ 999 | R$ 1.099 | 10% | 1%
Wegovy | 1,7 mg | R$ 1.643 | R$ 1.399 | R$ 1.499 | 14,9% | 8,8%
Wegovy | 2,4 mg | R$ 1.981 | R$ 1.699 | R$ 1.799 | 14,2% | 9,2%
*Não há uma caixa específica de Ozempic 0,25 mg; o formato existente combina doses de 0,25 mg e 0,5 mg.
O Wegovy, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para controle de sobrepeso e obesidade, é aplicado por injeção uma vez por semana. O Ozempic, que utiliza o mesmo princípio ativo, a semaglutida, é liberado para diabetes tipo 2, embora tenha amplo uso também para emagrecimento. Esse composto auxilia na perda de peso por mecanismos como aumento da sensação de saciedade e menor apetite.
Com o aumento do uso sem prescrição desses medicamentos, a Anvisa passou a exigir receita médica em duas vias para semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida, substâncias usadas nas chamadas “canetas emagrecedoras”.
A publicação científica The Lancet alertou em maio sobre a crescente demanda por medicamentos destinados ao tratamento da obesidade. Segundo o estudo, a popularidade ilegal das canetas emagrecedoras se baseia numa “tríade de benefícios para a saúde […], alto custo […] e baixa disponibilidade nas farmácias”.