Um exame realizado pelo laboratório do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) em Campinas (SP) confirmou a presença do vírus da gripe aviária em um irerê, ave silvestre encontrada morta no Zoológico de Brasília, na quarta-feira (28). O irerê não fazia parte do plantel do zoológico. Desde o achado, o local permanece fechado para visitação. Outra ave, uma pomba, também foi encontrada morta no local, mas ainda não há confirmação da presença do vírus H5N1 neste caso.
“É importante esclarecer que essas aves são de vida livre, ou seja, não fazem parte do plantel do zoo, mas circulam pelo local em razão da oferta natural de abrigo, água e alimento”, afirmou o governo do DF, na quarta-feira (28). “O zoológico de Brasília monitora constantemente a saúde de todos os seus animais e mantém protocolos rigorosos de investigação em casos de óbito.”
Até o momento, o vírus H5N1 foi identificado em apenas uma granja comercial no município de Montenegro (RS) e em dois animais silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul (RS). Em Sapucaia do Sul, protocolos rigorosos de biossegurança foram adotados após a confirmação da doença em cisnes e patos, e o parque está fechado para visitação desde 14 de maio de 2025. Essas medidas visam conter a disseminação do vírus e proteger tanto os animais quanto os trabalhadores. Até o dia 20 de maio de 2025, o zoológico havia registrado a morte de 107 anatídeos, grupo que inclui cisnes, patos e marrecos, devido à doença.
Entre as ações realizadas pelo zoológico gaúcho estão o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como macacões, máscaras e protetores para os pés, por trabalhadores que lidam com aves doentes ou com carcaças. Também houve redução no número de funcionários na área, com afastamento de servidores que têm comorbidades. Está em prática um controle rigoroso de acesso, incluindo procedimentos de desinfecção de pessoas e veículos, além da instalação de pedilúvios, tapetes com solução desinfetante, para evitar a disseminação do vírus. As carcaças das aves mortas estão sendo descartadas em valas abertas dentro das instalações, sob supervisão da Fundação Estadual de Proteção Ambiental.
Há ainda monitoramento contínuo da saúde dos trabalhadores e dos demais animais do plantel, mesmo daqueles que não apresentaram sintomas da doença. Para reforçar as ações, foram elaborados dois planos: um plano de contingência sanitária focado nos animais e um plano de ação com foco na proteção dos trabalhadores. Ambos seguem protocolos estabelecidos por entidades como a Secretaria da Agricultura, a Secretaria da Saúde e o Ministério da Agricultura e Pecuária.