Sábado, 26 de abril de 2025, do Ano Santo, Ano Jubilar, às dez horas da manhã na cidade eterna, a cidade dos Papas. Despedimo-nos do querido Papa Francisco. No “Testamento do Santo Padre Francisco”, assinado no dia 29 de junho de 2022, entre outros pedidos, escreveu que “o túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus”.
Ele nos transmitiu a mensagem…
Ele transmitiu a mensagem de Jesus Cristo, rosto da misericórdia do Pai. Garantiu-nos que Jesus Cristo é o centro da história da humanidade e de cada homem, de cada mulher. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam.
Ele transmitiu a mensagem que o Espírito Santo, Promessa de Cristo, como Advogado, a guiar tudo aquilo que fazemos ao longo do dia, para que se cumpra a vontade de Deus na nas nossas ações, em todas as dimensões da vida.
Ele transmitiu a mensagem de que em todas as decisões a serem tomadas é necessário o discernimento espiritual. Invoquemos o dom pascal do Espírito Santo, pedindo a Ele que nos ensine no que devemos fazer e nos mostre o caminho a seguir, caminhando juntos.
Ele transmitiu a mensagem do Evangelho da alegria e da necessidade de uma Igreja em saída missionária, samaritana, apostólica, Igreja da acolhida, do diálogo, uma Igreja como se fosse hospital de campanha, uma Igreja em arquitetura de Tenda, uma Igreja Sinodal.
Ele transmitiu a mensagem da alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja.
Ele transmitiu a mensagem ao chamamento à santidade no mundo atual, com alegria e exultação, tendo como referência absoluta a santidade de Jesus Cristo, o enviado do Pai eterno.
Ele transmitiu a mensagem de que todos sejamos irmãos e irmãs, como escreveu São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor do Evangelho.
Ele transmitiu a mensagem aos jovens para que não tenham medo de sonhar coisas grandes, de quererem ser santos, que sejam criativos e ousados, inclusive na vocação.
Ele transmitiu a mensagem às suas ovelhas de não deixar ninguém fora do rebanho de Cristo Jesus, o Bom Pastor, uma Igreja buscadora dos dispersos, dos extraviados, dos pecadores.
Ele transmitiu a mensagem de que os pobres, idosos, doentes e migrantes/refugiados ocupam um lugar privilegiado no coração de Deus e, por força da fé, ocupam o centro da Igreja e do processo da evangelização.
Ele transmitiu a mensagem à Igreja sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus, repleto de beleza espiritual a um mundo que parece ter perdido o coração.
Ele transmitiu a mensagem de fraternidade humana e cuidado com o meio ambiente – a “Casa Comum” e engrandecendo-a com cânticos e louvores: “Louvado sejas, meu Senhor”, cantava São Francisco de Assis.
Ele nos transmitiu a mensagem de otimismo e sempre nos dizia: Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais. Que sua vida seja para nós um farol a iluminar nosso caminho, e que sua memória seja eternamente um chamado a vivermos o Evangelho com alegria, humildade e coragem.
Ele nos transmitiu a mensagem que devemos olhar ao passado com gratidão, assumir com paixão o presente e olhar o futuro com esperança, como “peregrinos de esperança”, citando o Apóstolo Paulo que “a esperança não engana” (Rm 5,5).
Neste sábado de despedida, com esperança renovada e gratidão, elevamos nossa oração ao Pai de Misericórdia, confiando o Papa Francisco à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Obrigado, Santo Padre, nosso amado Chico! Francisco, o céu é o teu lugar! Vai em Paz! Tu és nosso intercessor.
Dom Edgar Xavier Ertl
Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
