A exposição Entre o Aiyê e o Orun reúne obras de 14 artistas com a temática voltada aos mitos da criação do mundo nas religiões afro-brasileiras. Aberta ao público a partir desta terça-feira (11) na Caixa Cultural São Paulo, a mostra tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 4 de maio. A exposição apresenta técnicas variadas, como pintura, desenho, escultura, fotografia e instalação, colocando em evidência a produção artística afro-brasileira influenciada pela cosmologia africana, com o intuito de reconhecer e valorizar essas matrizes culturais.
A curadora Thais Darzé destacou, além da relevância artística das obras, a diversidade de suportes e técnicas. “É uma exposição cujo eixo conceitual são os mitos da criação do mundo e da humanidade, de uma perspectiva afro-brasileira”, afirmou. Ela acrescentou: “A seleção de obras é feita a partir de artistas que têm suas poéticas e suas obras relacionadas a esses mitos, ou itãs, que sobrevivem e que chegam aqui no novo mundo. Mas é uma exposição que atinge outras camadas de questionamentos e de tensões, como pensar as violências coloniais, intolerância religiosa. Também é necessário refletir sobre racismo ao visitar a exposição.”
O público poderá apreciar trabalhos de Agnaldo dos Santos (1926-1962), Carybé (1911-1997), Emanoel Araújo (1940-2022), Jayme Figura (1959-2023), Mario Cravo Jr. (1923-2018), Mario Cravo Neto (1947-2009), Mestre Didi (1917-2013), Pierre Verger (1902-1996), Rubem Valentim (1922-1991), Ayrson Heráclito, Caetano Dias, J. Cunha, José Adário e Nadia Taquary.
“A escolha das obras tem como ponto de partida artistas que dedicaram a sua vida e as suas produções às temáticas afro-brasileiras e que transitaram por poéticas em torno desses mitos. O público vai ter a oportunidade de ver de perto a obra de 14 artistas diferentes super consagrados”, afirmou Thais Darzé.
A curadora ainda ressaltou a presença de ícones na mostra. “Três grandes artistas seminais do ponto de vista da arte afro-brasileira, que são de suma importância tanto para contextualização quanto para o entendimento do que seria uma arte afro-brasileira. Existem esculturas tanto de Mestre Didi quanto de Rubem Valentim e uma grande escultura do Emanoel Araújo nesta exposição.”