No dia (25), a Cooperalfa inaugurou o maior empreendimento industrial de toda a sua história de 55 anos. Trata-se da Nova Indústria de Óleo, com área total construída de 195 mil m², localizada no complexo da Linha Tomazelli, em Chapecó, oeste catarinense.
O projeto da nova Indústria de Processamento de Soja, iniciado em janeiro de 2020 e concluído em fevereiro de 2022, triplicou a capacidade de processamento de soja da cooperativa, passando de 700 toneladas/dia para 2 mil toneladas/dia, de extração de óleo vegetal e subprodutos, farelo e casquinha.
“Percebemos ao chegar no empreendimento a pujança do agronegócio de Santa Catarina. O cooperativismo funciona muito bem e é exemplo para o Brasil, é a união de forças, garantia de compras e atenção ao produtor. A nossa bandeira da infraestrutura e o municipalismo coincide muito com o modelo do cooperativismo. Estamos fazendo uma cooperativa com os 295 municípios do estado. Isso é uma forma justa de administrar e ser parceiro de quem produz”, disse o governador, Carlos Moisés ao parabenizar pela nova indústria.
“Esse novo empreendimento é resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido. Fruto da confiança que todos têm com a Cooperalfa. Hoje, é dia de agradecer a todos que contribuíram para isso, colaboradores, conselheiros e associados. É um marco histórico dos 55 anos da empresa. Tudo isso haverá de servir para agregar valor à produção e renda ao agricultor. É um novo futuro que se consolida”, pontuou o presidente da cooperativa, Romeu Bet.
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, destacou que é uma grande conquista para a agricultura brasileira, para o agronegócio familiar e de uma forma especial para Chapecó, “são mais de R$ 300 milhões investidos, não apenas o recurso, mas o retorno que dá a economia local e para o associativismo. Isso demonstra que o país está dando certo. Chapecó é um dos principais polos do agronegócio do país, essa inauguração é bom para todos, especialmente, para os cooperados da Cooperalfa que aumentam seu patrimônio”.
O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Moacir Sopelsa, ressaltou que a Cooperalfa ao fazer um investimento em mais de R$ 300 milhões, em uma época de dificuldade, de pandemia, demonstra o trabalho do presidente, da sua diretoria e de seus funcionários, mas, especialmente, dos cooperados e associados, são eles que construíram esse patrimônio”, esclareceu o Sopelsa.
O gerente geral da Cooperalfa, Unidade de Palmas, Volmir Becker, comentou que realmente o complexo industrial da empresa é um dos maiores do Estado de Santa Catarina, “mas vai abranger toda as cooperativas dos estados RS, PR e MS, porque vai agregar valor ao produto destes locais, incluindo de Palmas, tendo uma condição melhor de negócio”.
O 1º vice-presidente e diretor da área industrial da Cooperalfa, Cládis Jorge Furlanetto, mencionou que o setor cooperativo tem olhado com bons olhos para Palmas, “acredito que deve ser a expansão da área de cultivo, diante disso, as cooperativas estão se instalando no município. Importante que o produtor da região conheça a nossa cooperativa que tem 55 anos de história, isso transmite segurança e confiança na forma de trabalho. A Alfa não é diferente das outras, mas vai ser uma referência em termos de aquisição de matéria-prima e da venda de insumos. Somos gratos a Palmas, por aceitar a presença da Alfa na região”, considerou.
O gerente comercial da Cooperalfa, Lourenço Lovatel, disse que esse investimento vem sendo trabalhado há anos em um plano de expansão horizontal, “temos uma região carente de grãos, especialmente, de soja, o aumento no consumo desses cerais é muito grande, diante disso, a produção tem que aumentar para suprir a demanda. Queremos também que o produtor se desenvolva cada vez mais, teremos que fazer a diferença, mesmo com as propriedades pequenas”.
Rentabilidade
O coordenador técnico do projeto, engenheiro civil Andrísio Bet, informou que a nova indústria irá processar 33.300 sacas de soja diariamente (oriundas de SC preferencialmente, pela maior viabilidade tributária). Esse volume representa hoje (22/02/2022 = R$ 192,00 a saca) cerca de R$ 6,4 milhões movimentados por dia, funcionando 24 horas ininterruptas. Além da indústria de esmagamento de soja, o projeto contempla também a construção de estrutura para armazenagem a granel, para 1.250.000 de sacas de soja, além do silo já existente com capacidade para 1.213.000 de sacas.
Ainda, segundo Andrísio, as obras da Tomazelli movimentaram, no pico da execução, um total de 300 pessoas terceirizadas de 30 empresas fornecedoras, incluindo serviços das áreas civil, elétrica, mecânica e de automação e, depois de concluída, passa a movimentar uma média de 300 caminhões diariamente. “Uma obra que entra para a história”, observou.
Com relação ao quadro funcional, num primeiro momento, a Alfa deverá manter a mesma equipe de colaboradores da indústria de óleo junto à matriz, ajustando aos poucos conforme necessidade, uma vez que a mudança de perfil da mão de obra será inevitável, pois “sairemos” de uma fábrica sem automação para outra totalmente automatizada. O gerente da indústria, engenheiro de alimentos Júlio Tamilo Bridi, pondera que, talvez, haja a necessidade de remanejar e/ou readequar alguns profissionais de algumas funções operacionais para funções técnicas, relacionadas a questões de mecânica/elétrica/automação e segurança da nova indústria. “E o mais importante, a Alfa continuará valorizando e investindo na capacitação de seus funcionários para as novas tecnologias”.
Histórico
Propulsora de crescimento
A instalação dos primeiros frigoríficos na região oeste de Santa Catarina na década de 1940, foi atraindo outras indústrias nos anos seguintes, especialmente ligadas ao setor agropecuário. Elas dinamizaram a economia local, transformando a região em um polo de crescimento. O Oeste, que já era grande produtor de suínos e de milho, com a introdução da soja no fim dos anos 1960, consolidou-se como polo agroindustrial brasileiro a partir dos anos 1980.
A produção comercial da soja na região veio auxiliar na expansão da suinocultura e da avicultura, uma vez que o grão é utilizado na fabricação de rações, o que gera uma ligação evidente com as cadeias do milho, das proteínas animais e, mais recentemente, de gado leiteiro. A produção de soja movimenta a indústria de adubos, defensivos agrícolas, corretivos de solo, desenvolve o setor de sementes, máquinas e implementos agrícolas, além da indústria metalmecânica que pesquisa soluções específicas para as necessidades da indústria. A cadeia da soja também movimenta cerealistas, indústrias químicas, alimentícias, de rações, o setor de transportes e as exportações.
Industrialização de soja – década de 80
Atenta ao crescimento do mercado da soja e às possibilidades de agregação de valor à produção dos associados, a Cooperalfa investiu numa indústria de soja no início da década de 1980. Deoclécio Morás (conselheiro de adm. da Cooperalfa na década de 90) reaviva esse momento: “A Alfa comprava a soja e repassava para a Barriga Verde, que depois virou Ceval, mas não dava lucro. Numa reunião falamos para o Aury ‘Porque a Alfa não coloca uma indústria ao invés de vender a soja?’ Na outra semana, o Aury me chamou: ‘Vai você e o Elói (Frazzon) ver umas indústrias que têm a venda, vão ver como funciona.’ Fomos para o Paraná ver três indústrias de soja. Tinha uma firma que tinha mandado construir uma, fez o pedido do maquinário, mas desistiu; compramos por um preço bom e montamos em Chapecó. A Aurora também foi beneficiada porque antes comprava farelo de soja em Joaçaba, da Ceval, dos paranaenses. Também conseguimos pagar melhor a soja para os agricultores.”
Até aquele momento, a soja que a cooperativa comprava dos associados era vendida in natura. Uma moderna indústria de processamento de soja, com equipamentos para extração e degomagem de óleo bruto, a ser comercializado especialmente para refinarias, foi inaugurada em 1984, na matriz, em Chapecó. Quem lembra bem dessa época é o ex-colaborador Pedro Holdis: “Logo que instalaram a indústria de óleo, às vezes eu vinha até três vezes por noite dar assistência aqui, porque o Fagundes (ex-gerente) não queria que ninguém mexesse em qualquer equipamento sem eu estar por perto. Passava um fusca na rua e eu acordava. Esse período durou uns seis ou oito meses. De vez em quando, era eu que tinha que resolver o problema; outras vezes, tínhamos que esperar o eletricista, para tirar o motor. A indústria proporcionou um ganho muito significativo para a Alfa, um retorno imediato e grandioso.”
Capacidade inicial era 400 toneladas/dia
A capacidade inicial da indústria era de 400 toneladas por dia. Em 1997 recebeu modificações e passou a processar 500 toneladas por dia. No ano seguinte, nova readequação elevou a capacidade da indústria para processar 550. Em 2017, processava 720 toneladas/dia. Além do óleo, a indústria produz farelo de soja e casquinha, que integram rações ou são vendidos separadamente, tal como explicou Pergentino Grando, ex-diretor administrativo, no livro ‘Cooperação como Herança’: “Um dos motivos para investirmos na indústria de soja foi porque a Aurora dependia de farelo para a fábrica de ração. Então, para a Alfa, a colocação do produto era certa. Aí, começamos a pegar toda a produção de soja por aqui e de fora para fazer óleo e farelo. Isso dava mais lucro para a cooperativa do que só vender o grão.”
Em 2003, uma nova indústria de soja foi instalada, na Linha Tomazelli, em Chapecó (SC), para produzir soja desativada, utilizada principalmente na formulação de rações, inicialmente com capacidade para 480 toneladas/dia. Em 2018, a cooperativa ampliou para 960 toneladas/dia a capacidade da Nutrisoja.
Em 2017, projeto nova indústria
No ano de 2017, a Cooperalfa estava na fase de conclusão dos projetos com relação à nova indústria de soja, com capacidade de 2.000 toneladas/dia, a ser instalada na Linha Tomazelli. Como forma de manter a qualidade do produto gerado, os trabalhadores da indústria receberam treinamento específico à função que irão exercer. Nesse sentido, Rinaldo Ardigó, então gerente industrial e atual consultor técnico, descreveu: “Os funcionários da indústria são qualificados para este trabalho específico, com suas particularidades, e têm uma condição especial, inclusive de horário de trabalho, porque as plantas funcionam sete dias por semana, durante 24 horas.”
Para o ex-gerente industrial e consultor técnico da obra, a boa performance da Cooperalfa no negócio da soja, é resultado de modificações ao longo dos anos e dos investimentos com a industrialização. Sobre essas modificações, Lourenço Lovatel, gerente comercial Alfa, expõe: “Até a criação da indústria de soja, nós vendíamos a soja no mercado interno e exportávamos; depois, concentramos o uso na indústria – de vendedor, passamos a comprador. Hoje temos o suficiente dentro do Estado, e sobra; exportamos grãos, mas de forma indireta, vendendo para as multinacionais, que fazem todo o serviço de despache.”
“Esse novo empreendimento é resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido. Fruto da confiança que todos têm com a Cooperalfa. Hoje, é dia de agradecer a todos que contribuíram para isso, colaboradores, conselheiros e associados. É um marco histórico dos 55 anos da empresa. Tudo isso haverá de servir para agregar valor à produção e renda ao agricultor. É um novo futuro que se consolida”, presidente da cooperativa, Romeu Bet.
“Percebemos ao chegar no empreendimento a pujança do agronegócio de Santa Catarina. O cooperativismo funciona muito bem e é exemplo para o Brasil, é a união de forças, garantia de compras e atenção ao produtor. A nossa bandeira da infraestrutura e o municipalismo coincide muito com o modelo do cooperativismo”, governador de Santa Catarina, Carlos Moisés ao parabenizar pela nova indústria.
“são mais de R$ 300 milhões investidos, não apenas o recurso, mas o retorno que dá a economia local e para o associativismo. Isso demonstra que o país está dando certo. Chapecó é um dos principais polos do agronegócio do país, essa inauguração e bom para todos, especialmente, para os cooperados da Cooperalfa que aumentam seu patrimônio”, prefeito de Chapecó, João Rodrigues.
“… realmente o complexo industrial da empresa é um dos maiores do Estado de Santa Catarina, “mas vai abranger toda as cooperativas dos estados RS, PR e MS, porque vai agregar valor ao produto destes locais, incluindo de Palmas, tendo uma condição melhor de negócio”, gerente geral da Cooperalfa, Unidade de Palmas, Volmir Becker.
https://youtu.be/b9TSwGh51z0