Uma bebê de um ano e três meses morreu em Jaguariaíva, no Paraná, depois que uma UBS (Unidade Básica de Saúde) da cidade teria negado atendimento, segundo relatos da família. Aylla Eloá foi levada com febre à unidade no final da tarde do último dia 4. “Negaram atendimento. Não mediram a febre, não fizeram triagem, não encaminharam ao hospital, não chamaram ambulância para ela. Disseram que lá não poderia ser feito nada”, escreveu a irmã Quézia Vitória, em publicação feita nas redes sociais na quarta-feira (9).
Após a negativa de atendimento, Aylla sofreu convulsões e acabou sendo levada pela família ao Hospital Municipal Carolina Lupion, onde a morte foi confirmada durante a noite. “Eu não consigo explicar essa dor. Só quem perde alguém que ama por pura negligência sabe o quanto estamos sofrendo”, lamentou Quézia.
O prefeito de Jaguariaíva, Juca Sloboda (PL), reconheceu que o atendimento à criança teve problemas e gravou um vídeo publicado na quinta-feira (10), ao lado dos pais de Aylla. “A gente veio aqui […] descobrir o que realmente aconteceu, onde aconteceram falhas, porque tiveram falhas no atendimento, procedimento e acolhimento. Não vamos jamais acobertar o que aconteceu”, afirmou no vídeo.
Além de anunciar que o caso está sendo investigado pelo município e pela Polícia Civil, o prefeito informou que se reuniu com os profissionais de saúde envolvidos para apurar o ocorrido. O coordenador da UBS foi substituído após o caso, segundo o secretário de Saúde. Sloboda também gravou um vídeo ao lado do secretário e da coordenadora de atenção primária para comunicar mudanças nas unidades, como a padronização do atendimento.
A Polícia Civil confirmou a abertura de um inquérito para investigar a morte da bebê. Já foram ouvidos os pais de Aylla e a funcionária da UBS que teria negado o atendimento. Entretanto, a família da criança também contesta o atestado de óbito emitido pelo hospital, que aponta insuficiência respiratória aguda, bronco espasmo grave, asma e pneumonia como causas da morte. A advogada dos pais da bebê, Sylmara Fraga, afirmou: “Aylla só esteve em UBS anteriormente para tomar vacinas. Era super saudável e apresentou febre, por este motivo foi levada à UBS, mas somente isso”. A defesa pretende solicitar a exumação do corpo da menina na próxima semana para esclarecer as causas da morte.