Um jovem de 23 anos, identificado como Everton Lopes Rodrigues, foi encontrado decapitado no sábado (12), em Guaíra, no Oeste do Paraná. Everton era membro da aldeia indígena Yvyju Avar e filho do cacique Bernardo Rodrigues Diegro.
Conforme informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o corpo foi encontrado junto a uma carta contendo ameaças diretas às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública. Segundo o portal Tarobá, parceiro da Banda B, o texto apresentava ameaças graves associando a vítima a um grupo criminoso.
“Aqui é o Bonde 06 do N.C.S.O. Estamos dispostos para eliminar qualquer um que atravessar o nosso caminho, principalmente quem pertence ao P.C.C. Nós sabemos que vocês paraguaio que diz ser indígena, vocês são aliados do nosso principal inimigo, que é o P.C.C. Se vocês não desocupar as terras… nós vamos matar mais de vocês. Iremos invadir as aldeias já existente, atacaremos o ônibus com vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas sim recheada com ódio… O próximo ataque será contra contra esse lixo apelidado de Força Nacional. Nós avisou porque nós somos bandido, mas não covarde. Aguarde o próximo capítulo. Vão ter que andar de blindado…”, diz a carta encontrada na cena.
A Polícia Civil do Paraná informou que as circunstâncias do crime seguem em investigação e que os materiais coletados no local foram encaminhados para análise pericial.
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reafirmou o compromisso com a proteção da vida, dignidade e direitos dos povos indígenas. A entidade expressou profunda preocupação com o assassinato brutal do jovem indígena de 23 anos, destacando que o caso está sendo acompanhado de perto desde os primeiros momentos por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH).
“O Ministério (MDHC) manifesta profunda preocupação com o bárbaro assassinato do jovem indígena de 23 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Avary, no município de Guaíra (PR). O corpo foi encontrado decapitado, ao lado de uma carta com ameaças graves às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.”
O programa PPDDH trabalha em parceria com autoridades locais e federais para garantir a proteção das lideranças indígenas ameaçadas e acompanhar as investigações, visando impedir a impunidade. Atualmente, no estado do Paraná, 19 lideranças Ava Guarani são acompanhadas pelo programa.
“Reiteramos nosso compromisso com a defesa da vida, da dignidade e dos direitos dos povos indígenas, certos de que nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território”, concluiu o Ministério.}