Psicólogo Júnior Chisté – Geração Z: Precisamos falar sobre…

Imagem de destaque - Júnior Chisté: Quando as pessoas fogem de suas responsabilidades
Foto: Junior Chisté
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Uma pesquisa revelou que 25% dos jovens da Geração Z levaram os pais para entrevistas de emprego, enquanto 70% pediram ajuda dos pais na busca por uma vaga. Além disso, 16% dos entrevistados solicitaram que seus pais enviassem o requerimento em seu nome, e 10% pediram que eles escrevessem seus currículos. Embora o apoio dos pais possa ser útil para mentoria e networking, líderes empresariais expressaram preocupações sobre a falta de habilidades de comunicação e profissionalismo dos jovens, o que os deixa cautelosos ao contratar a Geração Z. Curiosamente, 83% dos recém-empregados desse grupo creditam seu sucesso aos pais. Esse cenário revela questões importantes sobre a inteligência emocional e a preparação da Geração Z para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. A dependência dos pais em etapas cruciais, como entrevistas de emprego, indica uma possível falta de autonomia e autoconfiança, pilares da inteligência emocional. A habilidade de se autogerenciar, lidar com pressão e desafios, e comunicar-se com eficácia são competências essenciais no ambiente profissional, mas parecem estar sendo substituídas pelo apoio parental em muitos casos.

A influência dos pais, embora positiva em termos de suporte emocional, pode acabar minando o desenvolvimento de habilidades fundamentais, como a capacidade de resolver problemas e assumir responsabilidades. Quando os jovens recorrem excessivamente aos pais, perdem oportunidades de aprender com erros e enfrentar suas inseguranças, prejudicando sua capacidade de crescer pessoal e profissionalmente.

Por outro lado, essa situação também reflete a mudança nas dinâmicas familiares e na forma como os jovens se relacionam com o mundo. A Geração Z cresceu em um ambiente hiperconectado e com maior participação dos pais, o que pode explicar essa tendência. No entanto, é crucial que essa geração desenvolva resiliência, comunicação assertiva e habilidades interpessoais para lidar com os desafios e complexidades do mercado de trabalho moderno.

Esse comportamento levanta a questão: estamos preparando os jovens para serem protagonistas de suas vidas ou dependentes demais de terceiros para enfrentarem os desafios? O equilíbrio entre apoio e autonomia é fundamental para a construção de uma geração que consiga enfrentar o mercado com maturidade emocional e profissionalismo.

Júnior Chisté, psicólogo, escritor e palestrante. Atende através de vídeo-chamadas, (49) 9 9987 9071.

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