Vivemos em uma era onde a comparação se tornou uma parte constante e quase inevitável de nossas vidas. As redes sociais, com suas vitrines polidas e cuidadosamente curadas, nos bombardeiam diariamente com imagens de vidas aparentemente perfeitas, sucessos retumbantes e momentos de felicidade ininterrupta. Nesse cenário, a comparação se infiltra silenciosamente em nossa psique, corroendo nossa autoestima e distorcendo nossa percepção da realidade. Estamos nos afastando de nossas próprias experiências, sentimentos e momentos, presos em um ciclo incessante de comparação que nos impede de viver plenamente.
Quando foi a última vez que você realmente se permitiu viver o presente sem se preocupar com o que os outros estão fazendo? Quando foi a última vez que você celebrou suas próprias conquistas sem imediatamente compará-las às de outra pessoa? A verdade é que, ao nos compararmos constantemente aos outros, estamos abdicando de nossa própria autenticidade, perdendo a oportunidade de apreciar a beleza única de nossas vidas.
A comparação nos rouba a alegria. Em vez de olharmos para nossas vidas com gratidão e admiração pelo que temos e pelo que somos, nos encontramos presos em uma busca interminável por mais, pelo que é “melhor” segundo os padrões dos outros. Esquecemos que as redes sociais são apenas recortes seletivos, momentos de destaque que não representam a totalidade da vida de ninguém.
É hora de fazer uma grande pausa. Parar e refletir sobre o impacto que essas comparações têm sobre nós. Pergunte a si mesmo: estou vivendo minha vida ou apenas tentando acompanhar as expectativas irreais impostas por uma sociedade obcecada com a perfeição? Cada um de nós tem um caminho único, com desafios, vitórias e experiências que nos moldam de maneira singular. Nossa verdadeira realização vem de abraçar esse caminho, com todas as suas imperfeições e nuances.
Ao deixar de viver nossa realidade em detrimento às comparações com os outros, estamos, de fato, abdicando da nossa própria história. Estamos deixando de experimentar a verdadeira felicidade que vem de ser autêntico, de aceitar nossas falhas e celebrar nossas conquistas por menores que possam parecer.
Faça uma pausa. Desconecte-se por um momento da incessante necessidade de saber o que os outros estão fazendo e volte-se para si mesmo. Redescubra a alegria nas pequenas coisas do seu dia a dia, nos momentos de silêncio, nas conversas sinceras e nas realizações pessoais. Permita-se viver plenamente, apreciando cada passo do seu próprio caminho. Afinal, a única vida que realmente podemos viver é a nossa. E ela merece ser vivida com autenticidade, gratidão e, acima de tudo, com a consciência de que somos suficientes exatamente como somos.
Júnior Chisté, psicólogo, escritor e palestrante. Atende através de vídeo-chamadas, (49) 9 9987 9071.