A dor de uma mãe que teve seu filho morto e carbonizado

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Em uma casa simples de madeira na Rua Rio Tigre, no bairro Eldorado, em Palmas, mora Dona Maria de Alexandre Camargo. Apesar de ter inúmeros motivos para deixar de acreditar na vida, ainda mantém a esperança de dias melhores. Um membro de sua família foi vítima em uma chacina que ocorreu em Joinville, em janeiro de 2023. Um fato que teve repercussão nacional com um saldo de sete mortos. Seu filho, Marcos, foi uma das vítimas fatais, que teve seu corpo carbonizado. A época, Dona Maria, concedeu entrevista para a TVA e Jornal A Folha do Sudoeste, cobrando das autoridades que o corpo de seu filho fosse liberado para o sepultamento, fato que ocorreu após dois meses do crime, onde ela sepultou seu filho no cemitério Jardim da Paz.

Ainda sem acreditar no que ocorreu, naquela época explicou que dia (09) de janeiro realizou coleta do material para exame de DNA.

https://youtu.be/2-3kzD5H-2U

Sobre seu filho, revelou que ele morava com ela, pois, era separado da mulher e tinha dois filhos menores. “Ele passou o Natal e a virada do Ano comigo, quando não estava trabalhando ficava aqui, me ajudava a fazer as coisas. Sempre foi um piá trabalhador, desde pequeno, era o nenê da casa. Morreu no serviço, não tinha intrigas com ninguém”.

Há mais de 01 ano

A reportagem voltou para conferir como está a vida da Dona Maria, após mais de 01 ano da morte de seu filho. “É uma situação difícil pelo que ocorreu e também fiquei com bastante contas dele para pagar, passei falta das coisas, teve dia que não tinha nem o que comer. Dizem que estão recebendo, mas, não sei quanto, não recebi ajuda de nada (se referiu a sua ex-nora). As crianças (09 e 07 anos), vem e ficam comigo, as vezes por alguns meses, ela me liga para ir buscá-los. Tenho que comprar roupas, calçados, doces. Da firma onde ele trabalhava me falaram por telefone que não tem mais nada para receber que já pagaram tudo”, explicou ela e mencionou que está com problema no coração. “O meu neto mais velho me fala, quando estava com meu pai tinha tudo, hoje, não tenho nada. Ele que vir morar comigo, quando vem não quer mais voltar”, desabafou e esclareceu, “tem dia que a minha vida é chorar, choro escondido do meu outro filho”.

Denúncia do MPSC

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou 10 pessoas suspeitas de cometerem sete homicídios e três tentativas de homicídio em janeiro de 2023 em Joinville. Eles também foram denunciados pelos crimes conexos de sequestro, cárcere privado, participação em organização criminosa, dano qualificado de automóvel e ocultação de cadáver.

A Promotora de Justiça Substituta da Comarca de Joinville Adriane Nicoli Graciano requereu que os denunciados sejam submetidos ao Tribunal do Júri. A denúncia já foi recebida pelo Judiciário e todos os acusados se tornaram réus na ação penal pública.

De acordo com o inquérito policial, as vítimas foram separadas. Três delas levadas para a área externa do imóvel, enquanto os demais continuaram no interior da residência. Após a divisão, os réus localizaram uma outra vítima nos fundos do imóvel. Esta, que seria o alvo da ação dos criminosos, foi espancada, morta e decapitada.

Dentro do imóvel, os réus amarraram as vítimas e espancaram-nas. Enquanto o crime ocorria, uma vítima conseguiu fugir do local. No entanto, ao retornar à residência, também foi capturada e amarrada pelos denunciados.

Após o ato criminoso, colocaram os corpos no interior do automóvel e atearam fogo ao veículo. Então, ocultaram o cadáver de uma das vítimas em meio a uma plantação de pupunha nas imediações da Estrada Duas Mamas, no bairro Vila Nova. Na sequência, retornaram ao automóvel Fiat Uno prata, que foi abandonado no bairro Morro do Meio.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC – Correspondente Regional em Joinville

Imagem de destaque - TV A Folha