Terminal Rodoviário de Palmas marcou época na região

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“… uma de nossas propostas de governo divulgada no palanque eleitoral, a construção de uma Nova Rodoviária que representasse a dignidade e a grandeza do nosso município..”, prefeito Tito Carraro.

O dia (28) de dezembro de 1992, ficou marcado na história de Palmas, colocando a cidade no selete grupo de municípios do Paraná que tinham um Terminal Rodoviário.

Uma obra realizada pelo prefeito Dimorvan Carraro, “Tito” (in memoriam). Em matéria jornalística da época, mencionava um investimento de 80% da prefeitura, concluído em 18 meses. De acordo com relatos dos entrevistados e demais fontes consultadas, o espaço foi totalmente concluído pelo prefeito, Dr José Ferreira de Almeida (Dr Zeca).

A construção foi um grande marco para a época, especialmente, na questão arquitetônica e também no quesito do transporte coletivo intermunicipal e interestadual, pois, naquele período era intenso o fluxo de estudantes que frequentavam as faculdades de Palmas, vindos, especialmente, das regiões Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul e Oeste do Paraná.

Denominação

Em agosto de 1996, através da Lei nº 1.220 o Terminal Rodoviário foi denominado Alberto Carraro.

Tito Carraro

Na matéria do Jornal O Palmense, sobre a inauguração, o então prefeito Tito, ressaltou: “… uma de nossas propostas de governo divulgada no palanque eleitoral, a construção de uma nova rodoviária que representasse a dignidade e a grandeza do nosso município. Hoje, graças também aos nossos operários que demonstraram empenho e eficiência, aos técnicos, engenheiros, ao nosso administrador, Sr Sady Cremasco, que mais uma vez demonstrou grande capacidade e espírito de equipe, aos nossos fornecedores, enfim, a todos que diretamente e indiretamente contribuíram de alguma forma na execução deste projeto…”

Para trazer estes fatos do passado para a atualidade, a reportagem entrevistou algumas pessoas que viveram este período e são protagonistas da história do Terminal Rodoviário de Palmas.

“Vim, quando iniciou as atividades do Terminal Rodoviário, mas era bem diferente do que é agora, havia duas senhoras que faziam a limpeza, um Administrador (Seu Horácio) e mais dois guardiões. Também tinha o Sistema de Som, onde o Joanilson Campos, informava os horários, ninguém perdia o ônibus, agora mudou tudo, precisava um pouco mais de atenção”, destacou o Taxista, Darci de Souza Terres, que atua na função há 40 anos (taxista mais antigo em atividade na cidade), e também esclareceu que o Ponto de Taxi e a Lanchonete eram na parte superior, “quando o Dr Zeca assumiu o cargo de prefeito (1993), mudamos para o local que estamos até hoje”. Ainda segundo ele, anteriormente, o movimento de pessoas neste espaço era bem maior, “mas, já vinha caindo bastante, porém, depois da pandemia se agravou. Tem poucos horários de ônibus, para nós taxistas quase nem compensa ficar aqui”, desabafou.

Lanchonete

Claudio Luiz Santos que trabalhou a época na Lanchonete Casagrande, posteriormente, se ausentou, mas, há 10 anos voltou a atuar no mesmo local, sendo proprietário, comentou que na inauguração, o sudoeste do Paraná, não tinha um Terminal com essa arquitetura e espaço físico, “isso aconteceu há mais de 30 anos, era uma obra grandiosa para Palmas. Também tínhamos a universidade com milhares de alunos que utilizavam o local”, acrescentou ele e pontuou quando o Terminal Rodoviário inaugurou, a Lanchonete era no piso superior, porém, o passageiro não tinha hábito de subir as escadas ou as rampas, sendo assim, após uns 4 ou 5 meses, mudou-se para a parte térrea onde fica o embarque e o desembarque dos passageiros.

De acordo com Santos, nestas três décadas, as transformações foram grandes, incluindo a diminuição na demanda do transporte coletivo entre as cidades, acarretando a eliminação de horários e linhas.

Informações

  1. Campos que fazia a locução informando os horários dos ônibus e também demais notícias sobre a cidade e o comércio local, explicou que havia uma parceria com a prefeitura. “Passei boa parte da minha vida no Terminal Rodoviário, foram mais de 26 anos. Instalei um mini estúdio, além dos anúncios e outras informações, divulgava as ações da prefeitura. A nossa função era fazer com que o povo convivesse com o Terminal Rodoviário oferecendo seus préstimos, havia lojas, açougue, cabeleireiro, farmácia, etc, porém, faltava a clientela. Era uma sala mais bonita que a outra. A construção dessa obra tinha a intenção de Palmas se tornar um Polo Rodoviário, fato que infelizmente, não ocorreu”.

Campos revelou também que todo dia ocorria algo marcante, “transformávamos Palmas na capital da Cultura, o Fruto mais Bonito da Terra do Paraná, era a frase que a prefeitura utilizava para divulgar a cidade. Me lembro do prefeito Dr José Maria de Araújo Perpétuo e do Dr Ivorli Tibes, ambos in memoriam”.

Projeto Arquitetônico  

Sandra Lazzaretti, Arquiteta Responsável pelo Projeto Arquitetônico do Terminal Rodoviário, informou que este trabalho foi seu primeiro projeto depois de formada, mas ainda aguardava sua Carteira Funcional para poder assiná-lo. “A experiência que obtive com Tito Carraro (prefeito) foi gratificante. Era uma grande obra, quem a executou foi Sady Cremasco e a Topografia, José Salvador Druzina, pessoas que auxiliaram em minha vida profissional”, disse a arquiteta e esclareceu que a rodoviária da época estava com problema de picos, em alguns horários os ônibus aguardavam para estacionar, “a cidade estava bombando, as universidades com 4 mil alunos e existia uma estimativa de crescimento neste setor que era muito grande, o município em si estava entusiasmado”, pontuou e enfatizou que o local para a obra foi escolhido devido ter uma tendência do crescimento das estruturas viárias principais, para entrada e saída dos ônibus sem comprometer o fluxo do município. “A obra para a cidade tem seu significado, arquitetonicamente tem um quesito diferencial com uma proposta diferente, estrutura metálica altoportante (são aqueles que se suportam de forma independente, dispensando o auxílio de outras estruturas), foi usado o critério do desnível das plataformas do pavimento inferior devido ao desnível do terreno. São 12 vagas para os ônibus e na parte superior onde entravam os passageiros uma rampa atendendo a acessibilidade das pessoas que desciam até os guichês. No segundo pavimento eram as lojas e no 3º andar, área institucional da prefeitura. Se tornou um ponto turístico da cidade”, acrescentou ela.

Mas, a arquiteta sente-se chateada porque a cidade não respondeu a estimativa de crescimento.

Sandra revelou ainda que uma situação que a marcou foi que o projeto arquitetônico estava pronto e o prefeito Tito disse, “execute, enfrentei o desafio e levei em frente, a obra foi concluída”, finalizou.

Passagens        

Naquele tempo, o gerente da Reunidas, Pedro Custódio dos Santos, popularmente conhecido como Pedro da Reunidas, trabalhava no Terminal Rodoviário. Segundo ele, quando chegou em Palmas, 1967, já havia a carência de um local específico, “funcionava precariamente nos bares e lanchonetes da cidade e na administração do saudoso Tito Carraro, ele pensou em fazer um Terminal moderno e duradouro para suprir essa demanda existente, apesar das quatro empresas que atuavam no município”, destacou e comentou que infelizmente com o passar do tempo diminuiu o número de passageiros e de ônibus.

Santos lembra que naquele tempo havia movimento intenso no Terminal Rodoviário, cerca de 30 a 40 ônibus de toda região, incluindo São Paulo e Mato Grosso trazendo os alunos para a universidade. “Tenho orgulho em fazer parte da história do Terminal Rodoviário”.

 

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Imagem de destaque - TV A Folha