A Unidade do IDR/PR, de Palmas é referência no estudo genético da maçã. Em um breve período de tempo será lançada uma nova cultivar de maçã apresentando algumas características diferenciais, uma delas, é a produtividade, girando em torno de 45 a 60 toneladas por hectare, compatível com os porta enxertos existentes no Brasil, ou seja, o Marubacaio, o M9 e os CG da série Geniva e a coloração é bem vermelha, uma exigência do mercado. Outro fator é a arquitetura da planta, com a formação e colocação dos galhos, facilitando o manejo do produtor no seu pomar.
O gestor do projeto de Fruticultura, Wilson Schveiczrski, destacou, por ser um estudo a longo prazo, é avaliado a cada ciclo de produção a incidência e a resistência as doenças, nas diversas estações climáticas e também com os tratamentos fitossanitários que são realizados. “Não conseguimos perceber o ataque das pragas, por ser uma característica da planta, devido a sua arquitetura, os galhos são um pouco mais abertos com a intensidade da insolação e a ventilação no interior da planta. No caso desta cultivar a questão genética é evidente, a planta já vai se formando, inclusive temos 64 clones, utilizados para fazer cruzamentos”, divulgou ele.

Assinalou também que essa nova arquitetura da planta entre outros fatores positivos, também facilita no momento da colheita. “Fazemos uma condução dela, desde o início vamos moldando a planta, para crescer como a gente deseja para diminuir as atividades no pomar, ou seja, a planta é sem pescoço e sem galhos vigorosos e também não é muito vegetativa, isso é a genética dela”, ressaltou e frisou que há cerca de dois ou três anos, quando houver o lançamento oficial dessa nova cultivar deverá ser patenteada pelo IDR. “Nós temos algumas variedades de maçã, inclusive duas foram lançadas em Palmas nesta Estação, a Eva e a Julieta. Essas duas variedades, são as mais plantadas no Brasil, onde tem baixo frio, quer dizer, onde não tem muito frio, porque ela é de baixa exigência de frio”, completou Schveiczrski.

Arquitetura da planta Essa nova arquitetura da macieira que já é uma realidade, traz muitos benefícios para a produção da fruta e ao agricultor, sendo que, no sistema tradicional a condução das plantas é no líder central, com os seus galhos laterais que chegam a medir 2,20, 2,30, 2,50, de altura de cada lado, com uma largura de copa da planta muito grande. Algumas plantas medem de 4,5 metros até 6 metros de altura. “Estamos trabalhando há nove anos numa nova arquitetura de planta, visando diminuir o manejo. Observamos um sistema de condução que estamos chamando de Guyot Duplo Invertido. Percebemos que a largura de copa dessas plantas é de 45 a 50 centímetros, facilitando a colheita. A carga de fruta que tem em um sistema dessa arquitetura é bem superior ao sistema tradicional de líquida central. Primeiro, porque a insolação é muito grande e a ventilação também, isso facilita no aparecimento e no amadurecimento de gemas frutíferas. A fruta, fica na mão de quem está colhendo, na frente, não trabalhamos com plantas gigantes, dispensamos escadas e a colheita é muito rápida e eficaz, barateando muito o preço da colheita, pois, historicamente, gira em torno de 15% dos custos”, orientou Schveiczrski e mencionou que essa arquitetura de planta são líderes verticais. “A maçã, produz tipo jabuticaba, grudadinha nesse líder central. Também tem a efetividade com os tratamentos fitossanitários num pomar como esse do IDR/PR, onde temos uma parede fina de maçã, os produtos chegam muito bem no interior da planta. Outra característica desse sistema de condução é a baixa existência de doença, não se observa pragas, vaquinha, pulgão e a mosca da fruta. Nessa nova arquitetura não tem onde elas se esconderem, tudo está ventilado e ensolarado”, justificou.