SUS expande uso da donepezila para tratar Alzheimer em estágios graves a partir de 2025

SUS expande uso da donepezila para tratar Alzheimer em estágios graves a partir de 2025
Raffa Neddermeyer/Agência Brasil
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O Sistema Único de Saúde (SUS) ampliará o tratamento da Doença de Alzheimer, passando a oferecer a donepezila para casos graves da doença. A medida foi oficializada nesta quinta-feira (15) com a publicação da portaria SECTICS/MS nº 20/2025 pelo Ministério da Saúde. Até o momento, o medicamento, conhecido por preservar funções cognitivas e capacidade funcional, era destinado apenas a pacientes nos estágios leve ou moderado da doença.

Para os casos graves, a donepezila poderá ser usada isoladamente ou combinada com a memantina, outro medicamento já ofertado pelo SUS. Em 2023, mais de 58 mil pacientes utilizaram a donepezila de forma combinada, segundo dados da Sala Aberta de Situação de Inteligência em Saúde (Sabeis). O uso contínuo desses medicamentos contribui para mitigar sintomas como apatia, confusão mental e alterações comportamentais.

A expansão do uso da donepezila foi identificada como necessária durante a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença de Alzheimer, conduzida pelo Ministério da Saúde. A pasta estima que cerca de 10 mil pessoas sejam beneficiadas já no primeiro ano da iniciativa. “A ampliação do uso da donepezila no SUS é fruto de uma decisão baseada em evidências científicas e no compromisso com a inovação em saúde. Ao incorporar essa tecnologia para casos mais graves da doença de Alzheimer, fortalecemos a linha de cuidado contínuo e reafirmamos a importância de políticas públicas que respondam aos desafios do envelhecimento da população com dignidade, qualidade e equidade”, afirmou Fernanda De Negri, secretária da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS).

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que afeta memória, comportamento e autonomia. Embora ainda não exista cura, o tratamento é essencial para desacelerar a perda de capacidades e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Nos estágios avançados, o cuidado intensivo e o acesso a medicamentos adequados se tornam indispensáveis. Estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) apontam que a continuidade no uso da donepezila pode aliviar agitação, apatia e confusão, além de retardar a necessidade de internação em instituições de longa permanência.

Além da donepezila, outros medicamentos já são fornecidos pelo SUS para tratar o Alzheimer, como a memantina em quadros graves, e a rivastigmina e galantamina para estágios leves e moderados, conforme definidos no PCDT. Esses tratamentos estão inseridos em uma abordagem multidisciplinar que contempla terapias não medicamentosas e apoio psicossocial aos pacientes e suas famílias.

Entre janeiro e março de 2025, o SUS registrou mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer, conforme dados do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA). No mesmo período, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) contabilizou 576 atendimentos hospitalares relacionados à doença.

Os pacientes com Alzheimer também são assistidos em domicílio por meio do Programa Melhor em Casa, que promove conforto no ambiente familiar e reduz a necessidade de internações prolongadas. O acompanhamento é realizado por equipes multiprofissionais das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia e Centros de Referência em Neurologia habilitados pelo Ministério da Saúde.

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Imagem de destaque - TV A Folha