Promotora Drª Thayná comenta sobre a condenação do acusado de crime contra uma mulher em Palmas  

Compartilhar

Na quinta-feira (18), foi realizado no Tribunal do Júri da Comarca de Palmas, o Júri Popular que condenou há 27 anos, 9 meses e 10 dias de prisão um homem denunciado pelo Ministério Público do Paraná pelo crime de homicídio qualificado contra Valéria Les da Silva, 28 anos. O crime ocorreu em 2022, no bairro Hípica, em Palmas.

O Conselho de Sentença acolheu as teses sustentadas pela Promotoria de Justiça na denúncia, reconhecendo algumas qualificadoras.

De acordo com as apurações do caso, a vítima estava desarmada no momento dos fatos, tendo sido alvejada por cinco disparos, sendo quatro nas costas e um quando já estava caída no chão. Além disso, também foi reconhecida a causa de aumento de pena por ter sido o crime praticado na presença física de uma criança, filha da vítima.

A promotora de Justiça da 1ª Promotoria, Drª Thayná Regina Navarros Cosme, destacou a relevância do Júri. “Quando mostramos que uma pessoa cometeu um ato criminoso, e, é responsabilizada, se torna um recado que os jurados deram à sociedade de que na Comarca de Palmas, que também faz parte Cel Domingos Soares, não vamos aceitar esse tipo de conduta”, alertou a promotora e comentou sobre o crime que foi qualificado por três motivos (fútil, dificuldade de defesa da vítima por se tratar de uma mulher e o feminicídio). “Fica o alerta para as mulheres e a sociedade, que o Feminicídio acontece no contexto da violência doméstica e de menosprezo à mulher”.

Ressaltou ainda que o Ministério Público está à disposição das mulheres para que entrem em contato, tirem dúvidas e entendam melhor seus direitos. “Palmas, conta com dois excepcionais delegados, Drª Alini e Dr Kelvin, tenho certeza como o MP, a Polícia Civil também está de portas abertas para as mulheres. Nossa tolerância para descumprimento de medida protetiva é zero, elas podem contar conosco para que possamos encerrar o ciclo de violência que existe em nossa comunidade”.

Comentou também que foi gratificante fazer parte do julgamento, “foi um caso que me marcou muito pela brutalidade do crime. A presença dos familiares foi um combustível para que entregasse a melhor atuação possível e pudesse honrar a memória da Valéria através desse julgamento. No final, os jurados confiaram nas palavras do MP”.

O autor do crime está preso preventivamente e iniciará o cumprimento de pena em regime fechado.

O crime                             

A morte de Valéria Les da Silva, 28 anos, foi registrado no dia (02) de junho de 2022, por volta do meio dia, no bairro Hípica. A vítima foi atingida por cinco disparos de arma de fogo, sendo quatro nas costas e um próximo do abdômen. Testemunhas relataram que um dos disparos foi efetuado quando a vítima já estava caída ao solo.

À Polícia Civil, o autor confessou o crime, porém, não quis relatar os motivos. A arma de fogo utilizada, um revólver cal 38, foi apreendido.

Segundo as investigações, autor e vítima eram vizinhos e o motivo teria sido uma desavença iniciada há cerca de dois anos, em razão de o indiciado não aceitar uma obra que Valéria e familiares estavam realizando. No dia dos fatos, o autor teria iniciado uma discussão com a vítima, sendo que esta informou que iria chamar a polícia. Naquele momento o indiciado foi até o seu veículo, pegou a arma de fogo e efetuou os cinco disparos.

Imagem de destaque - TV A Folha