Primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil é confirmado no Rio Grande do Sul

Primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil é confirmado no Rio Grande do Sul
ALEP - PARANÁ COM TUDO E COM TODOS (copy at 2025-06-02 15:42:55)
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta sexta-feira (16) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja de aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Essa é a primeira ocorrência da doença registrada em um sistema de avicultura comercial no Brasil. Montenegro possui 64 mil habitantes.

Como medida de contenção, o ministro Carlos Fávaro decretou emergência zoossanitária por 60 dias no município de Montenegro, abrangendo um raio de dez quilômetros ao redor do estabelecimento onde foi encontrado o vírus. Essa delimitação poderá ser ajustada pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa conforme a evolução das investigações.

Em comunicado, o ministério afirmou estar tomando medidas para conter e erradicar o foco da gripe aviária, além de realizar a comunicação oficial à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos parceiros comerciais do Brasil. “As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população”, destacou o comunicado.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou, por meio de nota, que todas as providências necessárias para conter a expansão da doença foram adotadas de forma ágil. “A situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais”, informou a associação. A ABPA e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) reforçaram confiança na rapidez das ações a serem conduzidas pelas autoridades em diferentes níveis. “Qualquer efeito decorrente da situação será solucionado no menor prazo possível”, acrescentaram.

O Brasil, maior exportador mundial de frango, havia confirmado em maio de 2023 os primeiros surtos de gripe aviária altamente patogênica em aves selvagens. Desde então, surtos em animais na natureza foram registrados em pelo menos sete estados. Em um caso anterior, no Espírito Santo, um surto foi identificado em uma fazenda de aves não comerciais, levando o Japão a suspender importações de aves desse estado.

O Ministério da Agricultura destacou que o consumo de carne de aves e ovos não transmite a doença, reforçando que o risco de infecção em humanos é baixo e ocorre, majoritariamente, em casos de contato direto com aves infectadas. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, afirmou o comunicado.

Segundo o ministério, o Serviço Veterinário brasileiro está preparado para lidar com a doença desde a década de 2000, realizando monitoramento de aves silvestres, vigilância na avicultura comercial e de subsistência, além de treinamento de equipes técnicas.

Na última terça-feira (13), o parque zoológico de Sapucaia do Sul, localizado a 50 quilômetros de Montenegro, registrou a morte de 38 cisnes e patos de diferentes espécies. O parque foi fechado de forma preventiva e está investigando as causas dos óbitos com análise de amostras dos animais e dos lagos em que viviam. “Os veterinários da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul [Sema] estão atentos e acompanhando possíveis sintomas nos demais animais”, informou a secretaria. As visitas ao zoológico estão previstas para retornar neste sábado (17).

O vírus da gripe aviária H5N1 tem se espalhado entre diversas espécies nas Américas nos últimos anos. Em 2024, foi identificado em gado leiteiro nos Estados Unidos e, na Argentina e no Chile, causou mortes em leões marinhos.

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Imagem de destaque - TV A Folha