O Paraná é o quinto estado do Brasil com o maior número de pesquisadores selecionados em um novo programa nacional de intercâmbio acadêmico, com estudantes de mestrado e doutorado provenientes de países da América Latina e Caribe. Entre os 97 selecionados que escolheram instituições de ensino superior no estado, 44 optaram por universidades estaduais administradas pelo Governo do Paraná para desenvolver seus estudos científicos. As atividades iniciam em março e têm previsão de duração de dois a seis meses. A iniciativa integra o Programa Move La América, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), e visa fortalecer os programas de pós-graduação e acelerar a internacionalização das instituições de ensino superior brasileiras.
Na lista de pesquisadores aprovados, o Paraná fica atrás de Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Essa escolha reflete o prestígio do ensino superior do estado, atraindo talentos de diversas partes do mundo e impulsionando pesquisa e inovação. As universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro) e do Paraná (Unespar) irão receber 28 doutorandos e 16 mestrandos. A UEM lidera no número de pesquisadores acolhidos, com 18 no total, seguida por UEL e Unioeste, cada uma com 10. Já a Unicentro e a Unespar acolherão, respectivamente, quatro e dois pesquisadores.
Paulo Afonso Schmidt, assessor de Relações Institucionais e Cooperação Internacional da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ressaltou o papel das parcerias no fortalecimento do setor. “Essas iniciativas do Estado buscam consolidar o Paraná como um polo de excelência em pesquisa e tecnologia na América Latina, além de promover soluções inovadoras que impactem positivamente o desenvolvimento social e econômico”, destacou Schmidt.
O programa envolve 35 professores das cinco instituições estaduais, que atuarão como orientadores em 29 programas de pós-graduação stricto sensu. As áreas de estudo abrangem administração, bioenergia, biologia, biotecnologia, ciência de alimentos, ciências sociais, economia, educação, educação física, engenharia agrícola, engenharia química, farmácia, filosofia, geografia, história, matemática, medicina veterinária, patologia, química, serviço social e sustentabilidade. Estão previstos também projetos sobre temas como ambientes litorâneos, conservação de recursos naturais e ecologia de ambientes aquáticos continentais.
As universidades estaduais, renomadas pela excelência acadêmica, oferecem infraestrutura e ambiente favoráveis para o desenvolvimento de projetos inovadores. As pesquisas ocorrerão em diversos câmpus distribuídos pelas cidades de Campo Mourão, no Centro-Oeste; Cascavel, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon, no Oeste; Francisco Beltrão, no Sudoeste; Guarapuava, no Centro-Sul; Londrina, no Norte; Maringá, no Noroeste; e Paranaguá, no Litoral.
Roseli Alves dos Santos, professora do Programa de Pós-graduação em Geografia da Unioeste, câmpus Francisco Beltrão, destacou a importância do intercâmbio. “O intercâmbio resulta na troca de experiência e metodologias que fortalece os programas de pós-graduação e as relações, além de criar oportunidades de conhecer um pouco mais sobre os trabalhos científicos desenvolvidos na América Latina”, afirmou a docente, que orientará dois doutorandos.
Entre os selecionados, está o geógrafo Luiz Alejandro Verdugo, doutorando na Universidade Nacional de Cuyo (UNCuyo), em Mendonza, Argentina. Ele desenvolverá uma pesquisa sobre estratégias de agricultores em áreas urbanas periféricas. “Meu objetivo é comparar as estratégias adotadas pelos agricultores de Mendoza e Francisco Beltrão, analisando as diferentes condições geográficas, como solo, clima e vegetação, além das formas de organização de trabalhadores rurais”, explicou o pesquisador.
A bióloga Licet Yurany Montoya Gaviria, mestranda em Biologia pela Universidade de Antioquia (UdeA), em Medellín, Colômbia, buscará ampliar conhecimentos no campo da ecologia e conservação. “Espero ampliar as minhas habilidades em análise ecológica, conservação e gestão ambiental e preservação de recursos hídricos, com um olhar voltado para a conexão entre ciência e sociedade”, comentou Licet, que desenvolverá suas pesquisas no Programa de Pós-Graduação em Ambientes Litorâneos e Insular da Unespar, em Paranaguá.
Nesta primeira edição, o Programa Move La América selecionou 1.423 pesquisadores de mestrado e doutorado de países latino-americanos e caribenhos. Os participantes receberão uma bolsa-auxílio: R$ 2.100 para mestrandos, com duração de dois a três meses, e R$ 3.100 para doutorandos, com duração de dois a seis meses.
