Em um mundo onde tantas distrações afastam nossas crianças do que realmente importa, um grupo de famílias de Palmas, Paraná, decidiu agir. Uniram-se não apenas para incentivar um esporte, mas para abrir portas, criar oportunidades e transformar vidas. Assim nasceu o projeto Palmas Tênis, um espaço onde meninos e meninas encontram não só uma quadra, mas uma verdadeira escola para a vida.
O tênis, mais do que uma modalidade esportiva, é um mestre silencioso. Ele ensina sobre respeito, resiliência e, principalmente, sobre a importância de lidar com vitórias e derrotas com equilíbrio. Diferente de outros esportes coletivos, onde os erros podem ser diluídos entre os companheiros de equipe, no tênis cada ponto é uma responsabilidade individual. Cada erro exige humildade, cada acerto pede serenidade. É um jogo onde o verdadeiro adversário não está do outro lado da rede, mas dentro de nós mesmos.
Tive a honra de ser convidado, no último dia 21 de março, para palestrar para essas crianças e suas famílias. E confesso: fui para ensinar, mas fui eu quem aprendeu. Vi olhos brilhando, vi sonhos sendo construídos e vi no esforço de cada pequeno jogador e jogadora a certeza de que o esporte pode ser um refúgio seguro, um caminho para escolhas melhores, um espaço onde a disciplina e a paixão caminham lado a lado.
O tênis deveria estar presente em todas as escolas públicas. Ele não ensina apenas como bater na bola, mas sim como enfrentar desafios, respeitar as regras e, acima de tudo, respeitar a si mesmo e ao outro. No tênis, não há um juiz para cada ponto disputado. O próprio jogador precisa ser sincero ao declarar se a bola foi dentro ou fora. Isso não é apenas uma regra do jogo, mas um ensinamento poderoso sobre honestidade e ética.
Além disso, há uma lição valiosa sobre regulação emocional. Quem nunca sentiu a frustração de errar uma jogada que parecia fácil? Ou a ansiedade de estar a um ponto da vitória? O tênis ensina que perder faz parte, e que o verdadeiro campeão não é aquele que nunca cai, mas sim aquele que aprende a se levantar.
Palmas nos deu um exemplo que deveria ser seguido por todo o Brasil. Não apenas pelo tênis, mas pelo que ele representa: o esporte como ferramenta de educação, de transformação e de esperança. Que mais projetos assim surjam, que mais famílias entendam que o verdadeiro futuro de uma criança não está apenas nos livros ou nas telas, mas também no movimento, na superação e no espírito esportivo.
Que o tênis continue a ser, para essas crianças e para tantas outras, mais do que um esporte. Que seja um caminho.
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