Maria de Magdala, apóstola da Ressurreição

Maria de Magdala, apóstola da Ressurreição
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A uma mulher, Maria de Magdala, foi confiado o primeiro anúncio da Ressurreição. O discípulo Amado, João, escreveu que no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo predileto de Jesus (cf. Jo 20,1-2).
Na manhã de Pentecostes, encontramos três discípulos: Maria de Magdala, Simão Pedro, o discípulo que Jesus amava. Cada um deles procura o Senhor à sua maneira, cada um tem o seu papel na aurora da esperança. Maria Madalena é movida por um amor que a leva primeiro ao túmulo. Avisados por ela, Pedro e o Discípulo Amado dirigem-se para o túmulo; o Discípulo Amado corre com a força da juventude, procura com o olhar de quem sente primeiro, mas sabe dar lugar ao mais velho a quem foi confiada a tarefa de guia; Pedro, oprimido por ter negado o Senhor, aguarda o encontro com a misericórdia da qual será ministro na Igreja. Maria permanece no jardim, ouve chamar pelo seu nome, reconhece o Senhor que a envia para anunciar a sua ressurreição à comunidade dos discípulos. É por isso que a Igreja a reconhece como Apóstola dos Apóstolos. A dependência recíproca entre eles encarna o coração da sinodalidade.
A Igreja existe para testemunhar ao mundo o acontecimento decisivo da história: a ressurreição de Jesus. O Ressuscitado traz a paz ao mundo e dá-nos o dom do seu Espírito. Cristo vivo é a fonte da verdadeira liberdade, o fundamento da esperança que não engana, a revelação do verdadeiro rosto de Deus e o destino último do homem. Os Evangelhos dizem-nos que, para entrar na fé pascal e tornar-se testemunhas dela, é necessário reconhecer o próprio vazio interior, as trevas do medo, da dúvida e do pecado. Mas aqueles que na escuridão têm a coragem de sair e pôr-se à procura descobrem na realidade que são procurados, chamados pelo nome, perdoados e enviados juntos aos irmãos e irmãs.
A paz, o primeiro dom do Ressuscitado
Na noite de Páscoa, Cristo entrega aos discípulos o dom messiânico da sua paz e torna-os participantes da sua missão. A Sua paz é plenitude do ser, harmonia com Deus, com os irmãos e as irmãs, e com a criação; a missão é anunciar o Reino de Deus, oferecendo a cada pessoa, sem excluir ninguém, a misericórdia e o amor do Pai. O gesto delicado que acompanha as palavras do Ressuscitado recorda o que Deus fez no princípio. Agora, no Cenáculo, com o sopro do Espírito, começa a nova criação: nasce um povo de discípulos missionários.
Data comum da Páscoa como neste ano de 2025
No Documento final do Sínodo, em outubro de 2024, está escrito que neste ano de 2025, um ano jubilar, acontece também o aniversário do primeiro Concílio Ecumênico, onde o Símbolo da Fé que une todos os Cristãos foi formulado de forma sinodal. A preparação e a comemoração conjunta do 1700.º aniversário do Concílio de Niceia deveriam ser uma oportunidade para aprofundar e confessar juntos a fé cristológica e para pôr em prática formas de sinodalidade entre os Cristãos de todas as tradições. Será também uma ocasião para lançar iniciativas audazes para uma data comum da Páscoa, para que possamos celebrar a ressurreição do Senhor no mesmo dia, como providencialmente acontecerá em 2025, e assim dar uma maior força missionária ao anúncio d’Aquele que é a vida e a salvação do mundo inteiro (Documento Final do Sínodo, n. 139).
Por fim, com a ressurreição de Jesus Cristo, começa o anúncio do Evangelho a todos os povos até os confins do mundo. E com Maria Madalena e outras mulheres, os Doze, com São Paulo, no seu encontro pessoal e histórico com o ressuscitado, conosco hoje, com a Igreja, o testemunho de que o ressuscitado vive entre nós, deve prosseguir e avançar cada vez mais, alcançar novos povos e novos ambientes no tempo presente e na história atual.
Feliz Páscoa da Ressurreição!
Dom Edgar Xavier Ertl
Diocese de Palmas Francisco Beltrão

Imagem de destaque - TV A Folha