Três pessoas acusadas pelo assassinato de trabalhadores de Palmas, Paraná, em Joinville, Santa Catarina, foram condenadas nesta quarta-feira (16). O julgamento ocorreu no Fórum da Comarca de Joinville e resultou em penas que, somadas, ultrapassam 350 anos de prisão. As condenações foram de 87 anos, 127 anos e 137 anos, respectivamente, enquanto um outro réu foi absolvido.
O caso aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023, nos bairros Morro do Meio e Vila Nova. As vítimas haviam sido recrutadas por uma empresa de Joinville que prestava serviços de poda de árvores. O grupo de trabalhadores estava instalado em uma casa no bairro Morro do Meio, que servia como alojamento, depósito e refeitório. As vítimas eram provenientes de União da Vitória e Palmas, no Paraná.
Na noite do crime, um dos trabalhadores teria assediado uma jovem de 19 anos, companheira de um líder de uma facção criminosa, em um bar próximo ao alojamento. Após saber do ocorrido, o líder convocou oito integrantes da facção, que invadiram o local armados. Identificado pela mulher, o trabalhador foi morto na cozinha. O líder da facção ordenou que nenhuma testemunha sobrevivesse.
Dos dez ocupantes da casa, três conseguiram fugir ao perceberem a invasão. Ainda assim, eles retornaram ao local horas mais tarde, sendo capturados pelos criminosos. Os três foram amarrados e colocados dentro de um veículo utilizado nos serviços da empresa, que teve uma falha mecânica durante o trajeto. Antes que os criminosos retornassem com outro carro, dois dos trabalhadores conseguiram escapar. O terceiro fugiu, mas acabou perdido na região, sendo novamente encontrado pelos criminosos e assassinado. Os corpos das outras seis vítimas foram levados até uma mata, onde foram carbonizados após serem mortos a tiros.
Conforme as investigações, o crime teve desdobramentos dentro da própria facção. Semanas após o ocorrido, a polícia intensificou ações nos bairros afetados, dificultando o tráfico de drogas. Como represália, a facção decidiu punir a mulher envolvida no crime. Desde então, ela está desaparecida.
O julgamento, iniciado na terça-feira (15), foi concluído na noite de quarta-feira (16). A decisão marca o desfecho judicial de um caso que gerou grande comoção e mobilização policial na região.