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Júnior Chisté: O chá amargo de minha mãe

Imagem de destaque - Júnior Chisté: Quando as pessoas fogem de suas responsabilidades
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Dias atrás, fui surpreendido por uma terrível dor de cabeça, dessas que alguns chamam de enxaqueca. Não tenho certeza se era isso, mas a intensidade me fez acreditar que sim. Enquanto eu tentava encontrar algum alívio, minha mãe me olhou com aquela sabedoria tranquila e disse: “Você precisa tomar um chá de losna ou boldo. Eles são amargos, mas vão te ajudar.”

Naquele momento, as palavras dela ficaram ecoando na minha mente, e percebi que o conselho ia além do remédio para a dor. A vida, muitas vezes, nos oferece desafios que se assemelham a essa dor de cabeça persistente, momentos em que parece que tudo ao nosso redor pesa, que o mundo está nos pressionando. Nessas horas, o “chá amargo” se apresenta na forma de superação, de enfrentarmos aquilo que é difícil, de passarmos pelo desconforto para alcançarmos a cura.

Assim como o chá amargo que minha mãe recomendou, a vida também nos dá lições que, embora duras, são necessárias. Cada obstáculo, cada desafio, é uma dose dessa amargura que precisamos ingerir para nos tornarmos mais fortes, mais resilientes. E, ao final, depois de atravessarmos esses momentos difíceis, sentimos o alívio, a paz, e a sabedoria que só o amargo da vida pode trazer.

Essa história simples é um lembrete de que, diante das “dores de cabeça” da vida, não devemos evitar o que é amargo. Pelo contrário, devemos acolher esses momentos, sabendo que são eles que nos curam e nos preparam para os dias mais doces que estão por vir. Assim, ao aceitarmos o amargo da vida – seja ele uma perda, uma decepção, ou uma dor física ou emocional – nos abrimos para o crescimento. Essas experiências difíceis nos ensinam resiliência, nos fazem perceber a nossa força interior, e, ao final, nos dão a capacidade de saborear o doce com ainda mais intensidade.

Então, quando a vida lhe oferecer um “chá amargo”, não rejeite. Aceite-o como parte da jornada, sabendo que é através dele que as maiores transformações acontecem. Porque é assim que crescemos, que amadurecemos, e que, eventualmente, alcançamos a paz que tanto buscamos. O amargo nos guia ao doce – e essa é a beleza da vida.

Imagem de destaque - TV A Folha
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