Mariia Ursal, 18 anos, dançarina, de nacionalidade Ucraniana visitou Palmas. Ao conceder entrevista, com auxílio de um tradutor, a jovem revelou os horrores da guerra. Explicou que sua cidade natal é uma das mais perigosas, “eu e minha família tivemos muita sorte de sair de lá há tempo. Nos primeiros dias, fomos embora, não presenciei tanto da guerra quanto outras pessoas. Mas vi foguetes, mísseis, tanques, bombas. Não vivi muito esse período quanto alguns amigos viveram, porque consegui fugir para o exterior, mas alguns familiares e amigos ainda continuam na Ucrânia. Durante a ocupação, por um tempo, minha cidade foi uma das mais atingidas. Eu me preocupo muito com eles”, ressaltou ela e comentou que um dos maiores desafios foi deixar tudo para trás. “Minha vida mudou completamente, minha casa, meus pais, tudo. Hoje, é impossível viver na minha cidade natal. É injusto. Você realmente sente que é uma agressão muito forte por parte dos russos. E não é só um problema do governo, é também da população, porque o governo é escolhido pelo povo. Eu sei que muitos russos apoiam isso. Então só consigo pensar no quanto injusto é tudo isso”, desabafou.
Pontuou ainda que a Rússia é um dos maiores países do mundo e ainda assim querem conquistar outros, não só a Ucrânia, mas também países vizinhos. “O mais injusto é que, especificamente, minha cidade e outras próximas foram ocupadas. Eles acham que podem simplesmente nos expulsar. Um dos sentimentos mais fortes e chocantes que tenho é quando vejo notícias ou fotos de crianças feridas, isso mexe muito comigo. Me faz querer chorar. Uma criança de dois anos morreu brincando em um parquinho porque um governo estúpido decidiu que quer o nosso país, o nosso território”, esclareceu emocionada.
Mariia, reiterou que tem a sensação de uma injustiça brutal. “E quando políticos de outros países dizem que deveríamos desistir das nossas terras, isso me enche ainda mais de raiva. Porque não se trata só de território. Eles querem tomar nossas vidas, nossas casas, nossos negócios, nossos empregos, nossas famílias, tudo. E ainda acham que precisamos ser “salvos”, mas não. Nós vivíamos perfeitamente bem em nosso país”, pontuou.