Grupo de dança do Centro da Juventude consegue premiações em festival

Grupo de dança do Centro da Juventude consegue premiações em festival
Foto: Divulgação
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Projeto leva cidadania e esperança a crianças e adolescentes de Palmas

O Centro da Juventude José Bonifácio Guimarães de Andrade, de Palmas, participou, no último fim de semana, do VI Festival Dançart, em Papanduva, Santa Catarina, com o projeto social de dança desenvolvido na instituição, coordenado pela professora Cíntia de Sousa Santos, obtendo duas premiações. O evento teve a participação de mais de 400 bailarinos, dos estados de Santa Catarina e do Paraná.

Vale ressaltar que o Centro da Juventude é um espaço acessível de convivência para adolescentes e jovens prioritariamente entre 12 e 18 anos, pertencentes a comunidades com índices de vulnerabilidade e risco social, que oferece, em tempo integral, atividades de lazer, esportes, cultura e qualificação profissional. O programa é baseado em três pilares: cidadania, convivência e formação, e faz parte da rede socioassistencial de Proteção Social, pois seus objetivos convergem com os dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, da Proteção Social Básica da Política de Assistência Social.

Em Palmas, o Centro da Juventude é coordenado pela Angélica de Lima Marchioro, que é a chefe de divisão de Gestão do SUAS com Competência de Vigilância Socioassistencial, e está localizado no bairro Hípica, Rua Miguel Mikilita.

E, para contar sobre a participação do grupo no respectivo festival, Alemão do Jornal recebeu a professora Cíntia de Souza, no programa Direto ao Assunto desta semana.

Segundo a professora de dança, especificamente este projeto atende, hoje, em torno de 24 crianças, de 6 a 17 anos, e todas participaram do festival. “A gente espera aumentar mais e conseguir mais ainda, atender mais crianças”, enfatizou. Foram ensaiadas cinco coreografais, tendo a maior a participação de 16 alunos, que apresentaram a capoeira num misto de dança e luta, encantando o público presente. Quanto à preparação, Cíntia explica que, para o festival foram três meses de ensaios, porém, o ano todo os alunos trabalham as técnicas de dança. Além da capoeira, três coreografias fizeram parte do universo infantil e uma abordou o tradicionalismo gaúcho. “Eu tenho plena certeza que eu não teria feito as coisas na proporção que foi, sem o apoio de todo mundo. Cada um que estava ali foi essencial”, disse a professora, agradecendo a toda a equipe do Centro da Juventude pela colaboração.

Premiações

Competindo na categoria Livre, o projeto conquistou dois troféus, sendo a solista em 2º lugar e o trio de fado em 3º lugar. “O resultado vem como um retorno. Mas, o mais importante é ir lá, dar o máximo de si. Se você não conseguir, não é porque você é ruim, é porque outro grupo estava mais bem preparado”, comentou Cíntia.

Os demais não conseguiram premiação, no entanto, todos ficaram felizes pela participação e por representarem o Centro da Juventude, num exemplar espírito de coletividade, onde, apesar dos resultados, a alegria pela conquista de alguns motivou a todos. “Ser feliz com a vitória do outro. Trabalho em equipe. Ser feliz pelo grupo. Eu acho tão bacana quando você oportuniza para uma criança, ela sair de casa, se juntar a vocês, coordenadores, professores, e participar de um evento como esse; isso eles não vão esquecer nunca”, destacou a professora.

Festival em Palmas

O município promoveu, em setembro de 2017, o 1º Festival Pé Vermelho em Dança, realizado no Centro Cultural Dom Agostinho José Sartori, sendo uma inovação no campo cultural palmense.

Questionada sobre a possibilidade de haver um evento do porte do Festival Dançart em Palmas, a profissional da dança avaliou que seria “muito válido”, porém é algo que requer muito investimento financeiro e de mão de obra.

Alemão levantou a questão dos recursos estaduais e federais para projetos culturais e a necessidade de se elaborarem projetos para buscar verbas juntos a parlamentares. “Os deputados vêm tanto a Palmas pedir apoio, bater na nossa porta e pedir voto, que gostam da cultura, de esporte. E trazer uma verba para esse tipo de evento? Tem fonte de dinheiro e tem dinheiro para isso. Só tem que achar a fonte”, relatou o apresentador.

Desafios

Conforme Cíntia, a maior dificuldade seria o poder público ter “um olhar especial” para essas crianças, que resultará em cidadãos de bem e cada vez melhores. “São crianças que têm um potencial maravilhoso, porém, eles não têm as mesmas oportunidades, talvez, do que as outras pessoas. Então, se a gente enxergar um pouco mais e der um pouco mais de visibilidade, um olhar mais especial para eles e abrir esse leque de oportunidades, eu tenho certeza que eles vão levar o nome do nosso município e eles vão evoluir como pessoas”, frisou, complementando: “Eu acho que a cultura, a dança, a música são ferramentas que salvam vidas, que transformam pessoas, são ferramentas maravilhosas e que, às vezes, não são vistas como deveriam. Eu sempre digo que hoje em dia a gente vive num mundo onde a saúde mental está um caos, os nossos adolescentes estão extremamente desestabilizados e a cultura, a arte, a dança, vem para pegar esses jovens, essas crianças, e encaminhar, dar uma ocupação”, ilustra a professora.

Lei Paulo Gustavo

O projeto foi contemplado, em 2024, com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, mais conhecida como “Lei Paulo Gustavo”, que tem como objetivo fomentar a produção cultural. A partir disso, foi possível produzir um videoclipe, o figurino e as despesas do festival.

Acerca do vídeo, Cíntia acrescentou que o processo de criação foi mais complexo e delicado por trabalhar emoções. “A gente não sabe o que cada um passa e as dificuldades que têm, então, eu passava pra eles que eles tinham que trabalhar a expressão facial”, contou, declarando que a preparação durou um ano, e teve, inclusive, aulas de teatro.

Após a gravação foi realizada a cerimônia de lançamento do vídeo, onde os participantes relatavam sua experiência. Além disso, eles foram motivados a conversar com outras pessoas e relatar a participação. “Eles disseram que foi ótimo, porque eles aprenderam a se portar, a falar, e isso vem somar numa entrevista de emprego, num trabalho, na escola, na faculdade; vai refletir na vida deles”, ressaltou.

Natal

O projeto de dança estará presente no 8º Natal Para Todos, dia (07) de dezembro, juntamente com o Coral Juvenil do Centro da Juventude, coordenado pelo maestro Adimorvan Picolo, e todos são convidados a prestigiar as apresentações e incentivar as crianças e os adolescentes.

Para participar

Quem se enquadras nos critérios e tiver interesse em fazer parte do Centro da Juventude, deve procurar o CRAS e solicitar o encaminhamento, levando-o posteriormente até a instituição para efetuar a matrícula.

Imagem de destaque - TV A Folha