“No início achei que seria um estupro, em nenhum momento ele falou comigo. Na hora só pensei em me proteger e minha filha também, estou grávida de 22 semanas. Foram momentos de terror…”, Ana Júlia Bauer.
Ana Júlia Bauer, 22 anos, grávida, que recentemente, foi brutalmente agredida por um elemento armado com uma faca, fez um relato dos momentos terríveis que teve.
A vítima, em companhia de sua mãe, Carolina Rocha Bauer, estiveram no estúdio da TV A Folha.
Ela relatou fazer o trajeto normal da academia para sua residência, por volta das 20h, na sexta-feira (24) de fevereiro, quando foi atacada por este elemento que a mesma não conhecia. Segundo ela, o meliante agiu de surpresa, não teve como reagir. Após esse fato, Ana Júlia disse que mudou seus hábitos no dia a dia.
“No início achei que seria um estupro, em nenhum momento ele falou comigo. Na hora só pensei em me proteger e minha filha também, estou grávida de 22 semanas. Foram momentos de terror. Depois que comecei a gritar ele cessou as agressões, falei que estava grávida e chamei meu pai que estava trabalhando na academia (Besser) que fica nas proximidades e depois ele me levou ao hospital”, relatou.
Atitude
Ela relatou que em toda situação da agressão sempre pensou em preservar sua filha, “foi uma atitude de proteger a barriga e se esquivar, foi instintivo, graças a Deus deu certo, ela (minha filha) não teve nenhum ferimento, não recebi nenhum golpe na barriga, mas, poderia ter sido pior, graças a Deus estamos bem”, comentou.
Questão psicológica
“É um trauma, fico revivendo aquele momento, parece que está cada vez mais difícil de dormir, de esquecer o que aconteceu, nas primeiras noites, sentia medo. Difícil lidar, porque o desfecho poderia ser diferente, hoje, sou grata pela minha vida, mas, ao mesmo tempo, fico muito triste pelo que aconteceu, com as marcas que ele me deixou”.
Prisão
Ana Júlia revelou que a prisão do acusado não a deixa mais tranquila, “ele estando preso as agressões contra as mulheres não vão parar, se não é ele, vai ser outro, vemos isso todo dia nos noticiários, os índices de violência contra as mulheres, a sociedade em que vivemos faz nós mulheres temer muito”, salientou.
Fake News
Sobre o fato, inúmeras inverdades foram noticiadas por alguns pseudojornalistas nas redes sociais. Sobre essa questão, Ana Júlia disse que a situação foi delicada e acabou fazendo-a sofrer duplamente, “as pessoas começam a espalhar burburinhos, criar narrativas sobre fatos que nunca aconteceram, notícias descontextualizadas, sem me procurar, as pessoas não têm compromisso com a informação que elas repassam”, esclareceu.
Violência
“Esse tipo de violência acontece com as mulheres o tempo todo, em suas casas, por parte de familiares, namorados, maridos, enfim, é uma violência corriqueira, deixo o alerta para que as mulheres denunciem as agressões”.
Mãe
“Foi uma situação muito difícil, foi um fato que ocorreu com nossa filha e se fosse com outra pessoa a indignação seria a mesma”, acrescentou Carolina e agradeceu as pessoas e as forças policiais que prontamente ajudaram para desvendar o caso. “Resolvermos preservar essas informações para não atrapalhar o trabalho da justiça, estávamos repassando estes dados para a Polícia Civil que estava atuando no caso”, disse ela e questionou sobre a maneira que as informações começaram a chegar, “através de burburinhos de WhatsApp, do que as pessoas deduziam do que tinha acontecido, isso gerou especulações, mentiras que acabou ferindo e triplicando a dor da família”.