O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) dará início a uma pesquisa inédita para traçar o perfil socioeconômico dos paranaenses. Denominado Pesquisa por Amostra de Domicílios do Paraná (PAD-PR), o trabalho contará com entrevistas realizadas entre março e junho de 2025, abrangendo 60 mil domicílios em todo o Estado. Os detalhes foram anunciados na segunda-feira (17) pelo presidente da instituição, Jorge Callado, que destacou o caráter inovador do estudo. As estatísticas da PAD-PR fornecerão indicadores sobre moradia, trabalho, renda, escolaridade, hábitos e condições alimentares das famílias paranaenses.
Segundo Callado, o principal objetivo da pesquisa é caracterizar a infraestrutura dos domicílios e traçar o perfil demográfico e socioeconômico dos residentes em áreas urbanas e rurais do Paraná. A previsão é que os dados coletados sejam disponibilizados ao público a partir de novembro de 2025.
Em comparação com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento do Ipardes se destaca por sua amplitude. A PAD-PR trará três vezes mais amostras no Paraná, superando as até 20 mil coletas realizadas na pesquisa federal. “Como consequência desse trabalho mais minucioso, teremos uma gama maior de informações e indicadores socioeconômicos, com resultados mais nítidos e definidos referentes à população paranaense”, explicou Callado.
Os resultados, conforme Callado, servirão tanto para subsidiar políticas públicas estaduais quanto para orientar empresas interessadas em instalar ou expandir negócios no Paraná. “Os resultados serão úteis para que o poder público possa rever as suas políticas públicas a partir das necessidades e potencialidades regionais identificadas na pesquisa, mas também para a iniciativa privada, no sentido de novos negócios e empreendimentos alinhados à dinâmica de cada região e aos arranjos produtivos locais”, pontuou o presidente do Ipardes.
A execução da PAD-PR será financiada pelo Fundo Paraná, administrado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que utiliza 2% da receita tributária anual do Governo do Estado. O processo envolverá entrevistadores identificados por uniformes, coletes do Ipardes, crachás com fotos e informativos com contatos úteis. O preenchimento das informações será anônimo e protegido em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sendo os dados tratados de forma sigilosa e usados exclusivamente para fins estatísticos.
Marcelo Antônio, diretor de Estatística do Ipardes, informou que as entrevistas, com duração de 10 a 15 minutos, serão realizadas eletronicamente para maior eficiência. As respostas servirão de base para um novo painel de informações. “Estamos trabalhando na elaboração de um novo BI (Business Intelligence), que terá um painel de informações com relatórios pormenorizados, tabelas e gráficos que vão comparar as regiões do Paraná a partir dos diferentes indicadores estipulados na pesquisa”, explicou. “A pesquisa é transversal, então ela será muito importante para a consulta de diferentes órgãos estaduais, mas também para os municípios e os consórcios regionais”, acrescentou Antônio.
O secretário do Planejamento, Guto Silva, destacou que a pesquisa do Ipardes terá um nível de detalhamento excepcional, contribuindo para a elaboração de futuros planejamentos. “Os números divulgados pelo IBGE nos dão uma direção de como o Estado está evoluindo, mas com o PAD-PR teremos um recorte mais específico e regionalizado sobre a situação atual e as perspectivas do futuro do Paraná. Com isso, identificaremos bolsões de pobreza e outras dificuldades que travam o crescimento dos municípios para solucioná-las e elevarmos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná”, afirmou Silva.