A publicação em uma rede social da Embaixada dos Estados Unidos chamou a atenção, “Brasil sendo bem representado nos EUA! Conheça André Weissheimer, brasileiro que se tornou diretor em Harvard”.
Segue o texto: “Formado em Odontologia pela @universidadeufsc, André assumiu o cargo de diretor do Programa de Pós-Graduação em Ortodontia da universidade em Boston neste ano. Mas o contato com os EUA não começou agora.
Em 2015, ele foi para Los Angeles fazer doutorado sanduíche a partir de uma parceria entre a @pucrs e a @uscedu. Lá, estendeu sua permanência e ajudou no desenvolvimento de uma empresa de tecnologia e inovação em ortodontia. Desde então, já são mais de 40 publicações, capítulos de livros e patentes aprovadas. Hoje, André é diplomado pelo American Board of Orthodontics e membro da Edward H. Angle Society of Orthodontics”.
Trajetória
O palmense, André Weissheimer, 45 anos, talvez não soubesse o quão longe a ortodontia poderia levá-lo quando, ainda na graduação de odontologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), decidiu se tornar um especialista na área. Após concluir diversas etapas de formação no Brasil e nos Estados Unidos, hoje, ele é o primeiro brasileiro a se tornar diretor clínico do departamento de Ortodontia da Universidade de Harvard.
O caminho até o cargo de direção em uma das mais prestigiadas universidades do mundo passou por muito estudo. O dentista fez faculdade e especialização na UFSC, cursou mestrado e doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, e fez residência em ortodontia, nos Estados Unidos, na University of Southern California (USC).
Para Weissheimer, os primeiros passos para chegar ao cargo atual foram trilhados ainda na faculdade. “O corpo docente da UFSC foi fundamental na minha trajetória até Harvard. A formação sólida adquirida nos cursos de graduação e, principalmente, especialização em ortodontia foi a base da minha trajetória profissional”, afirma.
Conciliando a carreira acadêmica com o trabalho prático na área, o dentista conta que, ainda no doutorado, teve a oportunidade de participar do projeto de desenvolvimento de um aparelho ortodôntico em parceria com a universidade na Califórnia e o apoio de instituições privadas. Com a expansão do projeto, que criava um aparelho estético para ser usado por trás dos dentes, surgiu a oportunidade de se mudar para os Estados Unidos.
A esposa, Diandra Luz, também dentista, foi o apoio que ele precisava naquele momento. Juntos, fizeram as malas e foram em busca de trabalho e mais estudos no exterior. Weissheimer ressalta o esforço empreendido nos três anos iniciais para que chegasse ao patamar alcançado: “Para chegar aonde ninguém nunca chegou, é preciso fazer o que ninguém nunca fez”.
“Acredito que a minha extensiva formação somada à experiência como professor, publicações e capacidade de desenvolvimento de alta tecnologia, e, acima de tudo, a paixão pela excelência clínica, contribuíram para a atual posição no Departamento de Ortodontia na Harvard School of Dental Medicine (HSDM)”, complementa.
Em sua nova missão, Weissheimer é o responsável pelo programa de residência em ortodontia progressiva na HSDM e também ajudará nas demais atividades acadêmicas do departamento em Harvard, feito inédito para um brasileiro.
Embora a posição alcançada pelo pesquisador seja uma novidade para os conterrâneos, Weissheimer tem conselhos para dar a quem pretende seguir a carreira acadêmica nos Estados Unidos. Em primeiro lugar, ele destaca a importância de aprimorar os conhecimentos no idioma: “Estar confortável com o inglês é fundamental”.
Em seguida, o dentista aponta como pontos fundamentais para os pesquisadores, a busca por programas de pós-graduação que auxiliem no processo. “Indico procurar por bons programas de pós-graduação, preferencialmente Capes nível 5, que tenham parcerias com universidades no exterior”, diz. A iniciativa do pesquisador também pode auxiliar o processo. “Indico também participar de congressos internacionais para estabelecer networking”, afirma.
Para aqueles que estão iniciando a carreira na odontologia e na academia, Weissheimer garante que é preciso ter claro os objetivos de médio e longo prazo para saber os melhores caminhos a percorrer. “A clássica pergunta ‘Quem eu quero ser em cinco anos?’ é um guia não apenas para selecionar no que se focar, mas principalmente para saber ao que renunciar”, diz.
Fonte: Correio Braziliense.