O sudoeste paranaense onde se localiza a Diocese de Palmas-Francisco Beltrão se situa entre algumas fronteiras: com as regiões do Oeste, Centro-sul e sul paranaense, com o estado de Santa Catarina e com o país vizinho, a Argentina. O sudoeste do Paraná atualmente é dividido em 42 municípios. Em sua essência são pequenos municípios, dos quais o de maior população possui pouco mais de 92.000 habitantes.
A origem da região do sudoeste paranaense remonta um passado não muito distante, ainda que houvessem terras, havia pouco povo, inclusive desconhecido das autoridades da época. Não existia um intento colonizador e que a população constituída era em sua maioria de indígenas.
Por volta de 1609, a história intensifica-se ainda mais, pois é quando ocorre a instalação das primeiras reduções jesuíticas nas terras do Paraná. Carlos Alberto Chiquim escreve sobre tal assunto indicando que, em 1628 haviam dezenas de reduções presentes no Oeste de Santa Catarina e começaram a ser atacadas por bandeirantes, com isso ocorreram disputas de terras entre o reinado de Portugal e Espanha pela posse das mesmas e pelo domínio e expulsão dos indígenas, com isso, “[…] em 1837, o governo provincial de São Paulo iniciou o processo de ocupação das terras de Palmas […]” .
Os primeiros colonizadores que se instalaram em definitivo nos campos de Palmas haviam migrado para Guarapuava de Sorocaba e Itapetininga, (SP), posteriormente se estabeleceram em Palmas. “Esses pioneiros foram José Ferreira de Almeida e Pedro Siqueira Côrtes. Eles passaram ligeiramente pelos campos de Palmas pelo ano de 1833, vindo em definitivo se estabelecer em 1836”. Foram, portanto, estes dois que abriram os primeiros caminhos pelos campos de Palmas.
Assim, compreende-se que os campos de Palmas, embora houvessem passagens anteriores de tropeiros, bandeirantes, uma data convergente de descobrimento é os anos 1720 devido às bandeiras. Antes da migração de outros povos para o sudoeste, que se inicia na década de 1940, a maioria da população era formada por indígenas Kaingangs e Guaranis e os caboclos.
V Diocese
A elevação da prelazia à diocese deu-se no dia 14 de janeiro de 1958 pela Bula “Quoniam Venerabilis Frater” do Papa Pio XII, na qual há também a criação da Diocese de Chapecó. O então Pio XII “[…] suprimiu a prelazia e criou a diocese de Palmas, sufragânea da arquidiocese de Curitiba e nomeou Dom Carlos Eduardo de Sabóia Bandeira de Mello como seu primeiro bispo”.
O primeiro bispo da Diocese de Palmas, Dom Carlos, logo de início se empenhou em organizar, iniciar pastoral e estruturalmente a diocese. Com isso, uma das primeiras preocupações fora construir um seminário diocesano, o qual começou em 31 de janeiro de 1939, tendo suas instalações na residência episcopal, com dois seminaristas provindos de Bituruna, Abramo Setembrino Franchin e Isidoro Pelegrini. Este local, posteriormente fora permutado com o quartel. No entanto, fora destinado um outro lugar, pouco distante da cidade e “Em 1963 teve início a construção do novo seminário, todo de alvenaria, e em parte com dinheiro do povo Católico da Alemanha, através da Instituição ADVENIAT. Hoje ele funciona recebendo todos os candidatos ao sacerdócio.” .
Entre as obras mais importantes que Dom Carlos trouxe à Diocese de Palmas, elenca-se à edificação do Santuário Nossa Senhora de Fátima, salienta-se aqui a grande devoção da parte do Bispo Carlos a Virgem Maria; o Palácio da Coluna, o qual teve o lançamento de sua Pedra Fundamental em 29.06.1957, o início da construção ocorreu em 02.01.1958 e sua inauguração aconteceu em 1966, neste se situa a sede do Episcopado, como também, da Mitra Diocesana.
Dom Carlos acaba sua história terrena em Palmas no dia 06 de fevereiro de 1969, “[…] primeiro junto, e depois dentro do Santuário Nossa Senhora de Fátima em Palmas, santuário que ele próprio idealizou e construiu” .
VI Segundo Bispo da Diocese de Palmas
Aproximadamente um ano após o falecimento de Dom Carlos, há a nomeação do segundo bispo diocesano, sendo nomeado no dia 16 de fevereiro de 1970, por Papa Paulo VI, para o ofício, o Frei Agostinho José Sartori, OFMCap. Nascido em 29 de maio de 1929, recebeu a ordenação diaconal em 29 de março de 1952; em 15 de agosto de 1952 recebeu a ordenação sacerdotal. O Frei Agostinho exercia seu ministério inserido em sua congregação da Ordem do Frades Menores Capuchinhos da Província de Curitiba. A ordenação episcopal ocorreu em Curitiba no dia 26 de abril de 1970. Sendo então, que no dia 14 de junho de 1970, Dom Agostinho José Sartori, toma posse na diocese de Palmas. Dom Agostinho trabalhou em vários ofícios enquanto presbítero, tanto que foi:
Outro ponto marcante na história diocesana foi a criação da Concatedral em Francisco Beltrão, que implicou na mudança de nome, a diocese passa a ser chamada de Palmas – Francisco Beltrão. Aconteceu que, “Em 7 de janeiro de 1987, pelo Decreto “Cum Urbis”, emitido pela Sagrada Congregação dos Bispos de Roma, foi criada a Concatedral de Francisco Beltrão. Pelo mesmo decreto, a Diocese passou, então, a chamar-se “Diocese de Palmas e Francisco Beltrão”.
Dom Agostinho, por sua vez também se empenhou demasiadamente na evangelização e construção da diocese.
Por volta de 1995, Dom Agostinho demonstra instabilidade em sua saúde, isto somado a grande territorialidade da diocese, veio a preocupação por um auxiliar. Então, o Papa João Paulo II nomeou o bispo auxiliar de Palmas-Francisco Beltrão em 12 de junho de 1996, Dom Luiz Vicente Bernetti. Nascido em 24 de março de 1934, na Itália, foi nomeado Bispo Auxiliar de Palmas – Francisco Beltrão, aos 12 de junho de 1996. Sua Ordenação Episcopal foi no dia 25 de agosto de 1996 e sua posse foi dia 01 de setembro de 1996. No dia 02 de fevereiro de 2005, Dom Luís foi nomeado Bispo Diocesano de Apucarana – PR, pelo Papa João Paulo II, deixando as suas funções na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
Dom Agostinho, ao completar 75 anos de idade, destes, 35 anos à frente da Diocese de Palmas – Francisco Beltrão pede sua renúncia, passando a ser Bispo Emérito. O XIV Plano Diocesano da Ação Evangelizadora (2011) contempla a figura de Dom Agostinho:
VII Terceiro Bispo Diocesano
A partir da aceitação do pedido de renúncia feita por Dom Agostinho, no ano de 2005, há a nomeação do terceiro bispo diocesano, ocorrida em 24 de agosto de 2005, quando Papa Bento XVI nomeia como novo Bispo para Palmas-Francisco Beltrão, o Pe. José Antonio Peruzzo, pertencente ao clero da Arquidiocese de Cascavel, o qual respondia como pároco da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. Nascido em 19 de abril de 1960 se tornou Presbítero em 1985; sua ordenação episcopal ocorreu em 23 de novembro de 2005, na Catedral Arquidiocesana de Cascavel. Sua posse, no entanto, ocorreu em 09 de dezembro de 2005 em Francisco Beltrão e em 11 de dezembro de 2005 em Palmas.
Enquanto esteve na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, Dom José preferiu residir em Francisco Beltrão devido às questões pastorais, pois esta cidade representa o centro das atividades diocesanas, além de ser geograficamente centralizada na diocese.
Dom José pela marca de seus estudos, teve um episcopado com espírito intelectual, no qual priorizou-se também a formação de leigos e leigas, com certa prioridade a pastoral familiar e a pastoral da juventude, bem como, as Santas Missões Populares.
Durante o episcopado de Dom José, a Diocese de Palmas Francisco Beltrão obtinha os seguintes números: A área da Diocese é de 18.719 km2. Sua população é de 565.333 habitantes. A Diocese tem 43 Paróquias e 03 Reitorias, distribuídas em 42 Municípios. As capelas são 1122. Os sacerdotes chegam a 77 (36 Diocesanos e 41 Religiosos) e 06 Diáconos Permanentes. As Religiosas são 114. A catequese está bem implantada em todas as Paróquias, os catequistas são mais de 7.000, e os Ministros Auxiliares da Comunidade chegam a 2.434 aproximadamente.
Dom José Antônio Peruzzo fora nomeado Arcebispo para a Arquidiocese de Curitiba no dia 07 de janeiro de 2015 , tomando posse em 19 de março de 2015, na Catedral Arquidiocesana, deixando, portanto, a Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
VIII O Quarto Bispo Diocesano
Durante o período entre a nomeação de Dom José Antônio Peruzzo para a Arquidiocese de Curitiba e a nomeação do bispo sucessor, a diocese vacante foi administrada pelo Pe. Geraldo Macagnan, o qual, nas atribuições de administrador diocesano, conduziu a diocese no período de 21 de março de 2015 até 27 de abril de 2016 quando fora nomeado por Papa Francisco, o Pe. Edgar Xavier Ertl, SAC, como o novo Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
Natural de Nova Prata de Iguaçu, PR, filho da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, Dom Edgar X. Ertil ingressou no seminário São Vicente Pallotti, em 1985. Estudou Filosofia e Teologia no Instituto de Filosofia e Teologia de Santa Maria (RS). Em 1991, fez o noviciado no seminário Rainha dos Apóstolos, em Cascavel (PR). Fez a Profissão perpétua em 25 de maio de 1996 e foi ordenado sacerdote em 29 de dezembro 1996. É mestre em Teologia Sistemática, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Desempenhou o ministério sacerdotal nas paróquias confiadas à sua família religiosa, depois de estudar em Roma, voltou a Santa Maria (RS), onde foi formador, reitor, professor, vice-provincial e, desde 2014, superior provincial.
Sua ordenação episcopal ocorreu em 23 de julho de 2016, na Concatedral Nossa Senhora Glória, em Francisco Beltrão. Os bispos ordenantes foram: Dom Mauro Aparecido dos Santos, Dom Elói Roggia e Dom Júlio Endi Akamine. Sua posse canônica ocorreu na mesma celebração em Francisco Beltrão, e no domingo 24 de julho de 2016 houve a sua posse na catedral diocesana, em Palmas.
Fonte: Diocese Palmas/Francisco
Beltrão